São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aliança PMDB-PT pode dar problemas locais, afirma Jobim

Ministro vê resistência em SP, PE e no Sul, onde dissidentes estudam lançar Requião à Presidência

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), afirmou ontem que a aliança PT-PMDB "pode dar problema" nos Estados. Na sua avaliação, diretórios regionais, como os de São Paulo e Pernambuco, podem resistir à imposição do acordo nacional.
"É muito claro que o envolvimento dos diretórios regionais a uma candidatura nacional está muito ligado à capacidade de agregação de votos à campanha nacional do que à candidatura local. Aí tem alguns problemas quando os candidatos locais são PMDB de um lado, PT do outro. Isso pode dar problema."
Além de Pernambuco e São Paulo, os Estados do Sul impõem resistência à aliança em apoio à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e organizam, para o dia 21, um ato para lançamento de candidatura própria -provavelmente a do governador Roberto Requião- à Presidência.
A convocação dos presidentes dos diretórios estaduais do PMDB foi definida há duas semanas, numa reunião que contou com a presença de Requião.
"Se estimulado, Requião vai. A gente teria alegria de lançá-lo. A candidatura própria mexe com os brios do PMDB", afirmou o presidente do partido em Santa Catarina, Eduardo Moreira, um dos participantes da reunião com Requião.
Segundo Moreira, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique Silveira, defende o nome de Requião ou o de Jobim para a Presidência.
Não é à toa que Curitiba foi escolhida para abrigar o encontro dos dissidentes. "Se dependesse de mim, teríamos candidatura própria", afirmou o presidente do PMDB do Paraná e líder do governo Requião na Assembleia, Waldyr Pugliesi.
No Sul, PT e PMDB deverão ocupar campos opostos. E, para Jobim, o fim da exigência da reprodução das alianças nacionais nos Estados pode prejudicar o acordo com o PT.
"O Congresso votou a emenda de desvinculação. Alguém pode dizer que a emenda autorizou a dissidência", afirmou.
Jobim disse que "todo o processo começou mais cedo", mas não criticou a antecipação das negociações de acordo.
Em São Paulo, o PMDB é aliado ao governador José Serra, potencial candidato tucano à Presidência e com quem Jobim mantém boas relações. Em Pernambuco, deverá lançar o senador Jarbas Vasconcelos, em oposição à aliança PSB-PT.


Texto Anterior: Ministro do STF deve acolher denúncia por mensalão de MG
Próximo Texto: Minas Gerais: Aécio afirma que é vítima de calúnia de blogs
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.