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SUDAM
Empresa é investigada por suspeita de fraude; documento mostra intenção de investir por meio de deduções em imposto
Estatal estuda comprar ações da Usimar
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
A Copel, estatal que administra
o setor elétrico do Paraná, pretende adquirir ações da Usimar
Componentes Automotivos S/A,
empresa que está sendo investigada por suspeita de fraude em projeto aprovado pela Sudam no valor de R$ 1,380 bilhão.
Cópia de documento obtido pela Agência Folha revela que a estatal autorizou a Usimar a providenciar, "em caráter irretratável e
irrevogável", a aplicação de recursos na empresa em 31 de outubro
passado, quando as investigações
já estavam em curso e o repasse de
verbas públicas, suspenso.
No documento, a Copel (Companhia Paranaense de Energia)
manifesta sua intenção de participar do projeto com recursos do
Finam (Fundo de Investimentos
da Amazônia), por meio de dedução no Imposto de Renda, mecanismo previsto na legislação que
trata dos incentivos fiscais.
Para isso, informa ter recolhido
este ano, em favor do Finam e até
aquela data, R$ 13.789.946,20. O
consultor da Usimar em São Luís
(MA) -onde está prevista a
construção do complexo industrial-, Aldenor Cunha Rebouças, 53, confirmou a intenção da
Copel e informou que todo o dinheiro já foi depositado no Basa
(Banco da Amazônia S/A).
Investimento
Assinada pelo diretor-presidente da estatal, Ingo Henrique Hübert -que também é secretário
da Fazenda do governo do Paraná- , e pelo diretor de administração no exercício da diretoria de
finanças, Miguel Augusto Queiroz Schünemann, o documento
não especifica o montante a ser
destinado à compra das ações.
Mas, segundo Rebouças, todo o
dinheiro seria para investimento
na empresa.
O gerente da área de Relação
com o Mercado da estatal, Ricardo Portugal Alves, falou sobre o
assunto: "Se ficar provado que há
irregularidades, simplesmente
desistimos deste projeto" (leia
texto ao lado).
O consultor da Usimar em São
Luís disse que a Copel foi a primeira empresa a se declarar disposta a investir no empreendimento, cujo projeto foi aprovado
pela Sudam há quase um ano.
A falta de investidores foi uma
das causas alegadas pela Usimar
para a suspensão do repasse dos
recursos públicos. Duas parcelas
de R$ 22 milhões foram liberadas
em janeiro e abril pela Sudam,
mas nenhum dinheiro veio de
acionistas nesse período.
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