São Paulo, segunda-feira, 04 de dezembro de 2000

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RUMO A 2002
O dirigente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a ir à reunião do Diretório Nacional, mas não participou das discussões

PT oficializa pré-candidatura de Suplicy

LUCAS FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT aceitou ontem formalmente a pré-candidatura do senador Eduardo Suplicy (SP) à Presidência da República na eleição de 2002.
Suplicy ainda deverá disputar com outros pré-candidatos do partido o direito de concorrer à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas até agora seu nome é o único oficialmente lançado.
A pré-candidatura de Suplicy foi oficializada na reunião do Diretório Nacional do PT, na sede do partido, em São Paulo. O encontro não contou com a participação de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais cotado internamente no PT para ser o candidato do partido.
Lula chegou a ir à sede do PT no mesmo horário em que se realizava a reunião do diretório, mas permaneceu por lá menos de uma hora e não participou do encontro.
Líderes petistas minimizaram o fato de Lula não ter ficado para as discussões. Também disseram que não há nenhum mal-estar no partido com a posição de Suplicy de se lançar candidato antes de Lula definir se pretende ou não concorrer à sucessão de FHC, o que deverá acontecer somente no primeiro semestre de 2001.
"O Lula veio apenas conversar com o governador Jorge Viana (AC), que vem sendo ameaçado de morte. Ele não tem a obrigação de participar do encontro", afirmou o deputado José Genoino (SP).
O presidente do partido, José Dirceu, foi na mesma linha: "O Lula não ficou para a reunião porque chegou hoje (ontem) de Cuba. Ele tinha de ficar com a família". Lula chegou ao Brasil na noite de sexta-feira.
Já o deputado João Paulo (SP) disse ter considerado positiva a ausência de Lula. "Assim, não poderão dizer que ele teve qualquer influência na decisão do diretório."

"Lula é o favorito"
Depois de formalizar seu nome como pré-candidato oficial do PT, Suplicy deu uma entrevista na qual disse que "Lula é disparado o favorito" na disputa interna no partido.
"Se o Lula for o escolhido (na prévia do PT), eu serei o maior entusiasta da candidatura dele. Mas devemos estar preparados para o caso de ele não querer concorrer ou até mesmo de eu ser o escolhido", disse Suplicy.
Na entrevista, o senador adotou o discurso de candidato, divulgando propostas nas áreas de saúde e meio ambiente e defendendo a adoção, em todo o país, dos programas de renda mínima e bolsa-escola.
"Coloco-me à disposição do partido como candidato à Presidência. Acredito que assim estou ajudando o PT e o Lula. Espero ajudar o Lula a ser presidente do Brasil. Pode ser em 2002 ou depois disso", afirmou Suplicy.
O senador declarou que lançou sua pré-candidatura após receber centenas de manifestações de militantes e simpatizantes. "Sinto o apoio ao meu nome nas ruas", disse.
Suplicy quer que todos os partidos de oposição ao governo FHC se unam em torno de uma candidatura única, que seria definida numa prévia.
O Diretório Nacional do PT, no entanto, decidiu jogar para o ano que vem a discussão da proposta. "Estamos abertos a analisar esse tema, mas até agora nenhum partido de oposição formalizou nada nesse sentido", disse José Dirceu.
Após a entrevista, Suplicy foi acompanhar sua mulher, a prefeita eleita de São Paulo, Marta Suplicy, na divulgação de mais nomes de sua equipe de secretários. Na sexta-feira passada, o senador fez uma participação especial na apresentação da peça "A Queda para o Alto", montada por grupo amador da favela de Heliópolis, zona sul de São Paulo.


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