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RUMO A 2002
O dirigente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a ir à reunião do Diretório Nacional, mas não participou das discussões
PT oficializa pré-candidatura de Suplicy
LUCAS FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT aceitou ontem formalmente a pré-candidatura do
senador Eduardo Suplicy (SP)
à Presidência da República na
eleição de 2002.
Suplicy ainda deverá disputar com outros pré-candidatos
do partido o direito de concorrer à sucessão do presidente
Fernando Henrique Cardoso,
mas até agora seu nome é o
único oficialmente lançado.
A pré-candidatura de Suplicy foi oficializada na reunião
do Diretório Nacional do PT,
na sede do partido, em São
Paulo. O encontro não contou
com a participação de Luiz
Inácio Lula da Silva, o mais cotado internamente no PT para
ser o candidato do partido.
Lula chegou a ir à sede do PT
no mesmo horário em que se
realizava a reunião do diretório, mas permaneceu por lá
menos de uma hora e não participou do encontro.
Líderes petistas minimizaram o fato de Lula não ter ficado para as discussões. Também disseram que não há nenhum mal-estar no partido
com a posição de Suplicy de se
lançar candidato antes de Lula
definir se pretende ou não concorrer à sucessão de FHC, o
que deverá acontecer somente
no primeiro semestre de 2001.
"O Lula veio apenas conversar com o governador Jorge
Viana (AC), que vem sendo
ameaçado de morte. Ele não
tem a obrigação de participar
do encontro", afirmou o deputado José Genoino (SP).
O presidente do partido, José
Dirceu, foi na mesma linha: "O
Lula não ficou para a reunião
porque chegou hoje (ontem)
de Cuba. Ele tinha de ficar com
a família". Lula chegou ao Brasil na noite de sexta-feira.
Já o deputado João Paulo
(SP) disse ter considerado positiva a ausência de Lula. "Assim, não poderão dizer que ele
teve qualquer influência na decisão do diretório."
"Lula é o favorito"
Depois de formalizar seu nome como pré-candidato oficial
do PT, Suplicy deu uma entrevista na qual disse que "Lula é
disparado o favorito" na disputa interna no partido.
"Se o Lula for o escolhido (na
prévia do PT), eu serei o maior
entusiasta da candidatura dele.
Mas devemos estar preparados
para o caso de ele não querer
concorrer ou até mesmo de eu
ser o escolhido", disse Suplicy.
Na entrevista, o senador adotou o discurso de candidato,
divulgando propostas nas
áreas de saúde e meio ambiente e defendendo a adoção, em
todo o país, dos programas de
renda mínima e bolsa-escola.
"Coloco-me à disposição do
partido como candidato à Presidência. Acredito que assim
estou ajudando o PT e o Lula.
Espero ajudar o Lula a ser presidente do Brasil. Pode ser em
2002 ou depois disso", afirmou
Suplicy.
O senador declarou que lançou sua pré-candidatura após
receber centenas de manifestações de militantes e simpatizantes. "Sinto o apoio ao meu
nome nas ruas", disse.
Suplicy quer que todos os
partidos de oposição ao governo FHC se unam em torno de
uma candidatura única, que
seria definida numa prévia.
O Diretório Nacional do PT,
no entanto, decidiu jogar para
o ano que vem a discussão da
proposta. "Estamos abertos a
analisar esse tema, mas até
agora nenhum partido de oposição formalizou nada nesse
sentido", disse José Dirceu.
Após a entrevista, Suplicy foi
acompanhar sua mulher, a
prefeita eleita de São Paulo,
Marta Suplicy, na divulgação
de mais nomes de sua equipe
de secretários. Na sexta-feira
passada, o senador fez uma
participação especial na apresentação da peça "A Queda para o Alto", montada por grupo
amador da favela de Heliópolis, zona sul de São Paulo.
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