São Paulo, quarta-feira, 04 de dezembro de 2002

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PAINEL

Precedente estadual
O governo do Espírito Santo suspendeu desde setembro o pagamento de suas dívidas com a União, com o BID e com o Banco Mundial. Além disso, não pagou as últimas cinco parcelas de um débito com o BNDES. Até 31 de outubro último, os pagamentos atrasados acumulavam cerca de R$ 43 milhões.

Mais aperto
Como parcelas da dívida com a União não foram pagas, o Tesouro Nacional pode bloquear repasses do Fundo de Participação dos Estados. O Espírito Santo tem direito a cerca de R$ 30 milhões por mês do fundo.

Outro lado
O governo do ES também deve dois meses de salários ao funcionalismo. Professores e médicos estão em greve. Por meio da assessoria, o governador José Ignácio (sem partido) "não nega" a suspensão do pagamento: "Minha prioridade absoluta é pagar o funcionalismo público".

Luz vermelha
A equipe de transição teme que o Orçamento de 2003 não seja aprovado até o final do ano. Se isso ocorrer, Lula assumirá sem poder tocar obras nem fazer investimentos. Apenas o pagamento de salários e o custeio da máquina seriam mantidos.

Neopetismo em alta
O PT espalha que Nelson Jobim, ex-ministro de FHC, presidente do TSE e amigo íntimo de José Serra (PSDB), está tentando aproximar-se do governo Lula.

Jogo perdido
Piada no mercado financeiro: assumir a presidência do BC agora é como ser contratado para goleiro do Íbis ("o pior time do mundo"). Só vai entrar para tomar gol e ser criticado.

Agenda seletiva
Nenhum dirigente do PT confirmou presença no encontro nacional dos aposentados, que começará amanhã em Brasília. Os petistas não querem ouvir as cobranças de reajuste de pagamento que certamente surgirão.

Cotação na segurança
Vice na chapa derrotada de Benedita (RJ), Luiz Eduardo Soares é agora nome quase certo na Secretaria Nacional de Segurança. O antropólogo integra a transição e tem-se apresentado em reuniões com técnicos do Ministério da Justiça como se já tivesse sido nomeado no cargo.

Faca de dois gumes
O PT desistiu da idéia de subordinar a Secretaria da Segurança e a Polícia Federal ao Planalto. A sigla vê risco de Lula ter de responder pessoalmente por toda crise de segurança, o que desgastaria muito o eleito.

Coração de mãe
Lula acomodou mais três petistas derrotados. Tarso Genro, que perdeu o governo do RS, deve ser embaixador em Lisboa. Tilden Santiago (MG), que perdeu o Senado, quer ir para Havana. E seu conterrâneo Nilmário Miranda deverá ser secretário dos Direitos Humanos.

Candidatos liberais
A direção do PL já tem os dois nomes que quer emplacar no ministério de Lula: Alfredo Nascimento, prefeito de Manaus, que poderia ir para a Integração Nacional, e o deputado Ronaldo Vasconcellos (Turismo).

Lobby regional
O deputado federal Carlos Santana (PT-RJ) tem feito lobby na equipe de transição e na cúpula do PT em defesa do nome de Raul de Bonis, secretário de Transportes de Benedita da Silva (RJ), para ministro do setor.

Visita à Folha
Paulo Renato de Souza, ministro da Educação, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de José Aristodemo Pinotti, deputado federal eleito (PMDB) e professor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, e de David Uip, médico infectologista, professor da Faculdade de Medicina da USP e professor titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina do ABC.

TIROTEIO

Do presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), sobre Lula ter criticado "as opções políticas e econômicas equivocadas" de FHC:
-Lula subiu de novo no palanque na Argentina. São frases de efeito que não condizem com a realidade.

CONTRAPONTO

Agora com eco

Na semana passada, a equipe de transição do PT reuniu-se com a bancada dos deputados federais do partido, em Brasília, para discutir a ocupação dos cargos de segundo e terceiro escalões do governo Lula.
Os parlamentares estavam muito ansiosos em saber como poderiam fazer indicações de nomes e aguardavam que a cúpula do partido anunciasse os critérios. Em dado momento, Waldir Pires (PT-BA) pediu a palavra e opinou, dirigindo-se ao colega João Paulo Cunha (PT-SP), que presidia a reunião:
- Eu acho que os critérios básicos deveriam ser competência, moralidade, probidade e compromisso com o partido.
Rápido no gatilho, o deputado João Paulo virou-se para a platéia e anunciou:
- É isso mesmo, pessoal. Os critérios serão competência, moralidade, probidade e compromisso com o partido...


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