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Apesar de ajuste, dívida sobe em 2002
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar do ajuste fiscal, a dívida
dos Estados vem crescendo em
relação às suas receitas neste ano.
Além disso, o número de governos estaduais que está gastando
com pessoal mais do que o previsto na legislação subiu entre o final
de 2001 e agosto deste ano.
As informações foram publicadas pelos próprios Estados por
exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. Os números sobre
despesas com pessoal mostram os
motivos das dificuldades de alguns Estados em pagar o 13º salário neste final de ano.
Os programas de ajuste fiscal
dos Estados começaram a ser negociados com o Tesouro Nacional
em 1997, mas, entre o primeiro e o
segundo quadrimestre deste ano,
apenas dois Estados tiveram uma
redução da dívida (em relação à
receita anual). São eles: Goiás e
Mato Grosso.
O Senado Federal aprovou no
final de 2001 um limite para a dívida de cada Estado equivalente a
duas vezes a sua receita anual. Esse limite tem que ser atingido até
2017, mas a legislação determina a
redução anual da dívida. As sanções para o descumprimento são
o corte, pelo Tesouro, das transferências voluntárias para o Estado
e a proibição da contratação de
novas operações de crédito.
Ao final do segundo quadrimestre deste ano, os seguintes Estados
estavam acima do seu limite de
endividamento: Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. No Mato
Grosso do Sul, a dívida equivale a
2,79 vezes a receita líquida anual
do Estado. O nível mais baixo de
endividamento está no Amapá
onde a relação é de 0,13.
Um dos motivos para o crescimento das dívidas renegociadas
com o governo federal é a correção pelo IGP-DI (Índice Geral de
Preços -Disponibilidade Interna)
mais juros médios de 6% ao ano.
A inflação medida pelo índice
vem batendo recordes. O índice
acumulado no ano até outubro foi
de 17,40%.
Despesas com pessoal
Pelos relatórios de gestão fiscal
sobre 2001, apenas três Estados
estavam acima do limite de despesas com pessoal, que é de 49%
para o Poder Executivo estadual.
Nos últimos relatórios o total
subiu para cinco: Goiás, Minas
Gerais, Pernambuco, Piauí e Rio
Grande do Sul. A pior situação é a
de Minas Gerais, onde as despesas
com o funcionalismo representam 63% da receita anual.
A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê uma multa de 30% do
salário para os governadores que
não se enquadrarem nos limites
para pessoal. O prazo é o final deste ano. A fiscalização sobre o
cumprimento da lei, nesse caso, é
dos tribunais de contas estaduais.
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