DA SUCURSAL DO RIO

O relatório final da CPI da Assembléia Legislativa do Rio que investiga fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) cita um senador e cinco deputados federais como responsáveis pelas indicações de funcionários que fraudaram a Previdência Social a partir de 1994. O relatório foi aprovado ontem, por unanimidade, pelos deputados da comissão.
O relatório será votado em plenário esta semana. Se aprovado, será enviado ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.
Os parlamentares citados no relatório são: o ex-ministro do Trabalho e deputado federal Francisco Dornelles (PPB-RJ), o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e os deputados federais Laura Carneiro (PFL-RJ), Aldir Cabral (PFL-RJ), Rubem Medina (PFL-RJ) e Bispo Rodrigues (PL-RJ).
Com base no depoimento dos servidores acusados, a CPI concluiu que os funcionários praticaram as fraudes para arrecadar dinheiro para as campanhas de seus "padrinhos políticos".
É o caso, por exemplo, de Luiz Cláudio Giorno, ex-chefe da gerência Barra da Tijuca (zona sul do Rio). Ele disse à CPI que o dinheiro foi desviado para financiar campanhas de Laura Carneiro. A fraude ocorreu entre 1996 e 1998.
O relatório aponta que os políticos indicaram funcionários que já respondiam a processos administrativos por supostas fraudes.
É o caso de Maria do Carmo Batista de Almeida, ex-chefe da gerência Penha (zona norte), que foi indicada por Dornelles em 1996 quando já respondia a duas sindicâncias sob acusação de fraudes.
O advogado de Dornelles, George Tavares, disse que o deputado não sabia que Almeida já respondia a duas sindicâncias. Tavares disse que a responsabilidade de verificar o passado da funcionária era da superintendência do INSS, e não do deputado.
Bispo Rodrigues negou ter envolvimento com os acusados. "Se colocou o meu nome [no relatório], vou processar a CPI."
A deputada Laura Carneiro declarou não conhecer o relatório da CPI. "A única pessoa que indiquei para o INSS foi Luiz Alberto Botelho Salgado, mas não tenho conhecimento de inquéritos administrativos sobre ele." Salgado é um dos citados como envolvido em fraudes. Rubem Medina afirmou ter indicado o ex-superintendente do INSS no Rio, Jackson Vasconcelos, mas junto a bancada do PFL na Câmara. Suassuna e Cabral não foram encontrados até o fechamento desta edição.


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