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SERRA PELADA
Nego Josa teria dito que morte de sindicalista foi sob encomenda
Assessores de prefeito são citados por acusado de crime
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O acusado da morte do presidente do Sindicato dos Garimpeiros de Serra Pelada, Antônio Clênio Lemos, Josivaldo Oliveira
Barros, conhecido como Nego Josa, envolveu nomes de assessores
do prefeito de Curionópolis (PA),
Sebastião Curió (PMDB), como
intermediários pela sua contratação para matar o sindicalista.
Em uma conversa anteontem
com representantes da Comissão
de Direitos Humanos da Câmara,
Nego Josa também disse que não
matou Barros -em depoimento
à polícia, ele teria confessado o
crime. Curió nega envolvimento.
O sindicalista foi assassinado
com cinco tiros no dia 16 de novembro na sede do sindicato. Lemos havia prestado depoimento
na Justiça de Curionópolis, onde
afirma que se algo lhe acontece a
responsabilidade seria de Curió.
Pelo menos outros cinco nomes
ligados ao prefeito foram revelados por Nego Josa, que mudou a
versão do depoimento, no qual
confessava o crime, e negou ter
atirado no sindicalista.
O superintendente regional da
Polícia Civil Sílvio Cézar Maués
afirma que Nego Josa confessou
ter assassinado o sindicalista no
seu depoimento entre 22h de domingo e 2h30 de segunda. No entanto, para a comissão, Nego Josa
disse anteontem pela manhã que
foi chamado por um intermediário para matar o sindicalista, mas
não teria aceito a proposta.
"Ele prestou depoimento e confessou o crime. Ele deu detalhes
de como praticou o assassinato.
Tudo isso aconteceu diante do
Ministério Público", disse Maués.
A Polícia Civil pediu à Justiça a
prisão preventiva de dois supostos intermediários pela contração
de Nego Josa. Os nomes foram
mantidos em sigilo. A polícia ainda diz ter como prova uma fita
cassete gravada por Nego Josa,
onde ele ameaça Joãozinho entregar "todo mundo" caso não tenha
proteção e receba o restante do
pagamento pelo crime.
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