São Paulo, quarta-feira, 04 de dezembro de 2002

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SERRA PELADA

Nego Josa teria dito que morte de sindicalista foi sob encomenda

Assessores de prefeito são citados por acusado de crime

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O acusado da morte do presidente do Sindicato dos Garimpeiros de Serra Pelada, Antônio Clênio Lemos, Josivaldo Oliveira Barros, conhecido como Nego Josa, envolveu nomes de assessores do prefeito de Curionópolis (PA), Sebastião Curió (PMDB), como intermediários pela sua contratação para matar o sindicalista.
Em uma conversa anteontem com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Nego Josa também disse que não matou Barros -em depoimento à polícia, ele teria confessado o crime. Curió nega envolvimento.
O sindicalista foi assassinado com cinco tiros no dia 16 de novembro na sede do sindicato. Lemos havia prestado depoimento na Justiça de Curionópolis, onde afirma que se algo lhe acontece a responsabilidade seria de Curió.
Pelo menos outros cinco nomes ligados ao prefeito foram revelados por Nego Josa, que mudou a versão do depoimento, no qual confessava o crime, e negou ter atirado no sindicalista.
O superintendente regional da Polícia Civil Sílvio Cézar Maués afirma que Nego Josa confessou ter assassinado o sindicalista no seu depoimento entre 22h de domingo e 2h30 de segunda. No entanto, para a comissão, Nego Josa disse anteontem pela manhã que foi chamado por um intermediário para matar o sindicalista, mas não teria aceito a proposta.
"Ele prestou depoimento e confessou o crime. Ele deu detalhes de como praticou o assassinato. Tudo isso aconteceu diante do Ministério Público", disse Maués.
A Polícia Civil pediu à Justiça a prisão preventiva de dois supostos intermediários pela contração de Nego Josa. Os nomes foram mantidos em sigilo. A polícia ainda diz ter como prova uma fita cassete gravada por Nego Josa, onde ele ameaça Joãozinho entregar "todo mundo" caso não tenha proteção e receba o restante do pagamento pelo crime.


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