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VIAGEM AO ORIENTE
Para governo brasileiro, debate sobre poderes no Conselho de Segurança das Nações Unidas vem depois
País quer vaga na ONU até sem poder de veto
DO ENVIADO ESPECIAL A DAMASCO
A campanha para colocar o
Brasil como membro permanente
do Conselho de Segurança da
ONU ganhou um novo contorno
na atual viagem do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim,
"o Brasil não deseja ser membro
do Conselho de Segurança por
causa do poder de veto".
O assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia fez um
complemento: "Essa questão do
veto vem depois. É importante,
primeiro, fazer a reforma da ONU
e do Conselho de Segurança".
Para Marco Aurélio, o fato mais
relevante é que a ONU instalou,
recentemente, uma comissão de
notáveis para propor algum tipo
de reforma. O diplomata brasileiro Baena Soares é um dos 15
membros do grupo.
"O simples fato de a comissão
ter sido criada já complica a posição dos que não desejam mudança", afirma Marco Aurélio.
"O Brasil poderá transmitir suas
idéias de mudança ao embaixador Baena Soares", diz Amorim.
Ele relatou que, no encontro de
Lula com o seu colega sírio, Bashar al Assad, "a Síria demonstrou
simpatia pela idéia de reformar o
Conselho de Segurança da ONU".
Na viagem a países árabes, Lula
busca mais apoios para seu pleito.
Viagens internacionais
Na opinião de Marco Aurélio
Garcia, Lula não está seguindo os
mesmos passos de Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002)
pelo fato de ter viajado neste ano
mais que seu antecessor no mesmo período.
"No passado, as viagens projetaram mais o presidente Fernando Henrique que o Brasil. Não estou dizendo que ele procurava isso, mas era o que acontecia. Com
o presidente Lula, é diferente.
Busca-se a projeção do Brasil".
Para Marco Aurélio, com o governo do PT haveria "resultados
concretos" nas viagens presidenciais. Citou o caso das negociações recentes em Cancún (México), em que o Brasil se opôs ao
modelo defendido pelos EUA para a formação da Alca.
Confrontado com o fato de que
Lula não esteve em Cancún, respondeu: "É isso mesmo. As viagens do presidente fazem parte da
política externa do país. É um
conjunto que leva às vitórias, e
não apenas as viagens em si".
(FERNANDO RODRIGUES)
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