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OUTRO LADO
Advogado diz ver "monstruosidade" em acusação
DO ENVIADO ESPECIAL
O advogado Felipe Amodeo,
que defende Paulo Theotonio
Costa, alegou na defesa prévia
que a denúncia era inepta, pois
"não descreve o fato criminoso
em todas as circunstâncias" e
não atribui ao magistrado conduta de corrupção passiva.
Na sustentação oral, Amodeo
disse que a denúncia continha
"monstruosidades recebidas
nos autos". Alegou que os advogados do Bamerindus foram
ouvidos "em salas escuras" e
que não estão arrolados como
testemunhas nesse processo.
Disse que estranhava não terem sido incluídos na denúncia
o juiz federal Marcelo Mesquita
Saraiva e o desembargador
(aposentado) Sebastião Oliveira Lima. Ambos teriam, segundo o Ministério Público Federal, feito distribuição manual
dos processos que favoreceram
o Bamerindus. A subprocuradora da República Cláudia
Sampaio disse que Saraiva é alvo de investigação no Tribunal
Regional Federal.
Amodeo alegou ainda que o
processo deveria ter sido distribuído livremente -e não por
prevenção, para o ministro
Gonçalves, que é relator de inquérito que apura suspeita de
enriquecimento ilícito do desembargador.
Amodeo sustentou que a denúncia se ampara em prova ilícita. Argumentou ainda que
Theotonio Costa não é o único
sócio das duas construtoras,
que em nenhum momento esteve sob sua gerência. Finalmente, disse que os empréstimos existiram e foram pagos.
A defesa de Ismael Medeiros
alegou que "o pagamento [pelo
Bamerindus] em espécie teve
por motivação não constranger o diretor jurídico do Bamerindus com o depósito em valor em outro estabelecimento
bancário". Medeiros alegou
que foi oferecida participação
nos lucros das empresas de
Theotonio Costa.
O advogado Marcos Aurélio
Dias Paiva pediu o adiamento
do julgamento alegando que só
recentemente havia sido constituído como defensor de Ismael Medeiros.
A Folha não conseguiu localizar ontem o desembargador
Theotonio Costa.
(FV)
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