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Enviada do PT teve governo conturbado
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
A representante indicada pela
Executiva Nacional do PT para
acompanhar as investigações do
chamado "escândalo dos gafanhotos", em Roraima, teve uma
passagem conturbada pelo governo do Amapá. Dalva Figueiredo
era vice do governador João Capiberibe (PSB) quando ele foi afastado pela Assembléia Legislativa
em 2000 devido a suposto desvio
de verbas públicas da educação.
Ela chegaria ontem à noite a Boa
Vista para acompanhar o caso.
Atualmente, no PT Dalva é secretária de assuntos da Federação
que acompanha os Estados.
Quando do afastamento, a ex-professora primária assumiu o
governo do Amapá.
No ano passado, dois procuradores federais, Manoel Pastana e
Celso Três, protocolaram uma
ação acusando a governadora de
aplicar irregularmente uma verba
que superava R$ 61,5 milhões do
Orçamento do Estado.
A verba, originalmente destinada às áreas de saúde e educação,
foi movimentada nos três meses
anteriores à eleição -o que é
proibido. Parte da movimentação
teria fins eleitorais, segundo os
procuradores.
À época, Dalva ingressou com
ação de suspeição contra os procuradores. A governadora dizia
que eles tinham interesse em prejudicar o PT no Estado.
Dalva também é acusada por
uma suposta compra de votos no
ano passado, quando tentava a
reeleição. Ela perdeu, no segundo
turno, para Waldez Góes (PDT).
Segundo Pastana, ao processo
de abuso de poder econômico e
político que tramita no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) contra
Dalva já foram anexadas 352 provas de compra de votos. Seu irmão, Elieder Barros, teve apreendidos no dia do segundo turno da
eleição R$ 750, que supostamente
seriam para comprar votos.
Ontem, a Agência Folha tentou
falar com Dalva, mas apenas o
presidente nacional do PT, José
Genoino, fala com a imprensa sobre a função dela em Roraima.
Procurado, até o fechamento desta edição, Genoino não havia respondido à reportagem.
Por meio da assessoria de imprensa do PT, Dalva disse que ainda não foi notificada sobre os processos de compra de votos.
O advogado Carlos Ney pediu
ontem à Justiça Federal proteção
policial para Carlos Eduardo Levischi e Sônia Nattrodt, principais
testemunhas de acusação no caso
de Roraima.
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