São Paulo, segunda-feira, 04 de dezembro de 2006

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Candidatos à Câmara gastaram R$ 44,8 milhões em campanhas

RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um grupo de 20 candidatos a deputado federal amealhou em doações R$ 44,8 milhões nas últimas eleições. Foram as mais caras campanhas ao Congresso. Cada um dos candidatos superou a arrecadação, por exemplo, do presidenciável pelo PDT, Cristovam Buarque (DF), ou a do senador José Sarney (PMDB-AP), candidato à reeleição.
Reunidos, esses candidatos captaram mais do que a soma do valor declarado à Justiça Eleitoral pelos dois principais concorrentes ao governo de São Paulo, Estado mais rico da federação, José Serra (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT).
Para oito desses pretendentes a uma vaga no Congresso, a disputa teve um sabor amargo. Embora tenham feito os mais altos gastos, não se elegeram.
De acordo com os dados da Justiça Eleitoral mais atualizados -disponibilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) às 12h da última quinta-feira e reunidos pela Folha-, do grupo de maiores arrecadadores cinco são do PSDB, três do PT, três do PMDB e dois do PPS, do PDT, do PTB e do PFL, além de um filiado ao PP.
Dos 20 mais aquinhoados, dois foram ministros de Estado na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Antonio Palocci (Fazenda), o sétimo mais rico candidato do país, e Ricardo Berzoini (Previdência Social), o 11º mais bem colocado.
O terceiro petista da lista foi secretário de Habitação da gestão Marta Suplicy (PT), Paulo Teixeira (SP), que conseguiu captar R$ 1,71 milhão.
O ex-ministro da Educação na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Paulo Renato (PSDB-SP), foi o décimo mais rico candidato, com R$ 2,2 milhões.
Três candidatos do Paraná foram os campeões em arrecadação, com uma média de R$ 2,88 milhões entre eles. O empresário Alfredo Kaefer (PSDB-PR), 51, amealhou para sua campanha, a mais cara do país, R$ 2,95 milhões.
Kaefer declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 72 milhões. Quase a metade dos recursos para sua campanha (R$ 1,5 milhão) veio de sua própria empresa de ração para animais, a Diplomata, e outros R$ 950 mil ele disse ter tirado do próprio bolso.
Parte dos derrotados também pagou as despesas com recursos próprios, como Wilson Picler (PDT-PR), empresário do setor educacional que declarou ter desembolsado R$ 2,63 milhões, do total de R$ 2,79 milhões.
Aos 25 anos de idade, Ratinho Jr., filho do apresentador de TV, teve a sexta mais cara campanha do país, com R$ 2,6 milhões. A maior parte do dinheiro veio do pai, quase R$ 1 milhão. Outros R$ 570 mil Ratinho Jr., que se elegeu, retirou do próprio bolso. O valor representa quase tudo o que ele havia declarado à Justiça Eleitoral como patrimônio em 2006, R$ 596 mil.


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