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Candidatos à Câmara gastaram R$ 44,8 milhões em campanhas
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um grupo de 20 candidatos a
deputado federal amealhou em
doações R$ 44,8 milhões nas
últimas eleições. Foram as
mais caras campanhas ao Congresso. Cada um dos candidatos superou a arrecadação, por
exemplo, do presidenciável pelo PDT, Cristovam Buarque
(DF), ou a do senador José Sarney (PMDB-AP), candidato à
reeleição.
Reunidos, esses candidatos
captaram mais do que a soma
do valor declarado à Justiça
Eleitoral pelos dois principais
concorrentes ao governo de
São Paulo, Estado mais rico da
federação, José Serra (PSDB) e
Aloizio Mercadante (PT).
Para oito desses pretendentes a uma vaga no Congresso, a
disputa teve um sabor amargo.
Embora tenham feito os mais
altos gastos, não se elegeram.
De acordo com os dados da
Justiça Eleitoral mais atualizados -disponibilizados pelo
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) às 12h da última quinta-feira e reunidos pela Folha-, do
grupo de maiores arrecadadores cinco são do PSDB, três do
PT, três do PMDB e dois do
PPS, do PDT, do PTB e do PFL,
além de um filiado ao PP.
Dos 20 mais aquinhoados,
dois foram ministros de Estado
na gestão de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), Antonio Palocci
(Fazenda), o sétimo mais rico
candidato do país, e Ricardo
Berzoini (Previdência Social),
o 11º mais bem colocado.
O terceiro petista da lista foi
secretário de Habitação da gestão Marta Suplicy (PT), Paulo
Teixeira (SP), que conseguiu
captar R$ 1,71 milhão.
O ex-ministro da Educação
na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Paulo Renato (PSDB-SP), foi o décimo
mais rico candidato, com
R$ 2,2 milhões.
Três candidatos do Paraná
foram os campeões em arrecadação, com uma média de
R$ 2,88 milhões entre eles. O
empresário Alfredo Kaefer
(PSDB-PR), 51, amealhou para
sua campanha, a mais cara do
país, R$ 2,95 milhões.
Kaefer declarou à Justiça
Eleitoral um patrimônio de
R$ 72 milhões. Quase a metade
dos recursos para sua campanha (R$ 1,5 milhão) veio de sua
própria empresa de ração para
animais, a Diplomata, e outros
R$ 950 mil ele disse ter tirado
do próprio bolso.
Parte dos derrotados também pagou as despesas com
recursos próprios, como Wilson Picler (PDT-PR), empresário do setor educacional que
declarou ter desembolsado
R$ 2,63 milhões, do total de
R$ 2,79 milhões.
Aos 25 anos de idade, Ratinho Jr., filho do apresentador
de TV, teve a sexta mais cara
campanha do país, com R$ 2,6
milhões. A maior parte do dinheiro veio do pai, quase
R$ 1 milhão. Outros R$ 570 mil
Ratinho Jr., que se elegeu, retirou do próprio bolso. O valor
representa quase tudo o que
ele havia declarado à Justiça
Eleitoral como patrimônio em
2006, R$ 596 mil.
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