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No Nordeste, caos evidencia crise no setor
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM RECIFE
A ascensão da saúde ao
posto de maior problema do
país, segundo pesquisa Datafolha, ocorre no ano em que o
caos nos hospitais e os protestos dos médicos das emergências do Nordeste evidenciaram que crise no sistema
público não é pontual.
Essa constatação acontece
sob o impacto das ameaças
de que tudo pode piorar, feitas pelo governo federal, interessado na aprovação da
prorrogação da CPMF.
As manifestações de médicos e políticos levaram a público assuntos até então desconhecidos do usuário comum. As exposições mais
evidentes surgiram durante
os protestos contra os "baixos salários, a falta de condições de trabalho e a superlotação nos hospitais".
Médicos das principais
emergências públicas do
Nordeste entraram em greve
ou pediram demissão em
massa. Apoiados pelas entidades de classe, exibiram
imagens de corredores
cheios e pacientes sendo
atendidos no chão.
Em Pernambuco, onde o
movimento ganhou força e
se espalhou pelo Nordeste
-região que mais depende
do SUS-, 134 médicos se demitiram. Emergências fecharam e doentes graves foram transferidos pelo governo para outros Estados.
Um acordo pôs fim ao movimento, mas o Sindicato Estadual dos Médicos reclama
que três meses se passaram e
a situação nas emergências
continua "a mesma".
Em Alagoas, os profissionais não trabalharam por 88
dias. Houve caos nos hospitais públicos e, apesar do retorno dos médicos ao trabalho, a crise ainda persiste.
No Ceará, houve protestos
contra a falta de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva)
no interior do Estado. Pelo
menos 25 cirurgiões cardiovasculares de hospitais credenciados pararam de atender pelo SUS.
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