São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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ONGs criticam corporativismo do Legislativo

DA REPORTAGEM LOCAL

Organizações não-governamentais que fiscalizam o poder público avaliam como "corporativismo" a decisão do Conselho de Ética da Câmara de rejeitar parecer pedindo a cassação de Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
"O conselho não é um tribunal. Está ali para proteger os parlamentares", diz Claudio Weber Abramo, da Transparência Brasil. Segundo ele, não faltaram indícios para julgar a quebra de decoro parlamentar de Paulinho. O deputado é suspeito de desviar recursos do BNDES e de tráfico de influência.
No conselho, foram 10 votos contra e 4 a favor da cassação de Paulinho.
"O resultado não surpreende, mas não deixa de causar indignação", afirma Gilberto Palma, diretor institucional do instituto Ágora. "Há conivência e critérios elásticos de tolerância. É uma lástima", disse.
Palma concorda com Abramo sobre o sentimento de autopreservação que move o órgão de controle da Câmara, onde predominariam o clientelismo e a troca de favores. A Central Única dos Trabalhadores não quis se pronunciar.
Nos seus sete anos de existência, o Conselho de Ética da Câmara votou 45 processos contra deputados, mas em apenas 4 deles os acusados de quebrar o decoro parlamentar acabaram sendo cassados pelo plenário da Casa.
(CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA)


Colaborou a Sucursal de Brasília


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