|
Texto Anterior | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Jobim vai aos EUA negociar nova frota de caças da FAB
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, marcou viagem ontem à
noite para Washington, onde
deve se reunir ainda hoje com
Robert Gates, que ocupa o cargo de secretário de Defesa no
governo George W. Bush e será
mantido pelo futuro presidente, Barack Obama. Em pauta, a
compra de jatos de caça F-18
E/F Super Hornet, produzidos
pela Boeing norte-americana.
Os dois lados, Jobim e Gates,
têm pressa, porque o presidente da França, Nicolas Sarkozy,
virá ao Brasil nos dias 22 e 23
deste mês, e os franceses são os
principais concorrentes dos
EUA para a venda dos caças.
Os três finalistas para a renovação da frota da FAB (Força
Aérea Brasileira) são o F-8 norte-americano, o Rafale, da francesa Dassault, e o Grippen NG,
da sueca Saab, que chegou à reta final contrariando as expectativas de que o competidor dos
americanos e dos franceses seria o Sukkoi, da Rússia.
Apesar da inclusão do Grippen NG, a disputa ferrenha para vender os caça ao Brasil praticamente afunilou entre a
Boeing e a Dassault. Seria uma
surpresa se a sueca Saab acabasse abocanhando o negócio.
Jobim manteve a ida a Washington sob discrição, enquanto o embaixador norte-americano em Brasília, Clifford Sobel, fazia a intermediação com
a Secretaria de Defesa.
A exigência número um do
Brasil para fechar qualquer negócio na área militar é a transferência de tecnologia, que não
é a praxe nesse setor. A Defesa,
porém, considera os americanos muito mais fechados do
que os franceses e os suecos
nesse quesito.
A pretensão brasileira é que a
indústria nacional, capitaneada
pela Embraer, tenha condições
de, a longo prazo, participar da
produção de componentes e
dos próprios aviões de caça de
quinta geração.
Sobel retornou dos EUA anteontem e bateu o martelo com
Jobim, avisando que Gates havia flexibilizado as condicionantes do lado norte-americano e estava pronto a conversar.
A intenção de Jobim é ficar em
Washington apenas dois a três
dias, retornando ainda nesta
semana. Ele também participará das rodadas de negociações
com Sarkozy.
Além dos caças, a agenda do
presidente francês inclui negociações bilaterais para a venda
de um submarino tradicional
ao Brasil, como base para o futuro submarino de propulsão
nuclear brasileiro.
Texto Anterior: Stephanes propõe anistia a desmatador Índice
|