São Paulo, sexta-feira, 04 de dezembro de 2009

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Mensalão põe megafesta em risco e faz Beija-Flor temer calote no Carnaval

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO

A crise do mensalão no DF colocou um ponto de interrogação sobre o rumo das comemorações dos 50 anos de Brasília, em 21 de abril de 2010.
Ao mesmo tempo, provocou na Beija-Flor, tradicional escola de samba do Rio e que terá como tema no ano que vem justamente o aniversário da capital, o temor de perder parte do patrocínio oficial de R$ 3 milhões prometido pelo governo brasiliense.
Menina dos olhos da gestão José Roberto Arruda (DEM), a festa é vendida desde o início do governo distrital como motor para a economia local no próximo ano e vitrine da gestão em ano eleitoral.
A vontade do governo era encher a Esplanada dos Ministérios com 2 milhões de pessoas. Shows de U2, Madonna e Paul McCartney chegaram a ser cogitados.
"Evidente que tudo isso vai prejudicar os 50 anos de Brasília, eu sinto que vai prejudicar", afirma o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, um dos integrantes do comitê que planeja a grande festa.
O discurso oficial, por enquanto, é que festa e obras estão mantidas e devem ser tocadas pelo segundo escalão.
"O aniversário de Brasília, essa saga, está muito maior que qualquer questão política", afirmou João Oliveira, presidente da BrasiliaTur (empresa pública diretamente ligada à execução da festa).
Da parte do governo, R$ 20 milhões seriam destinados ao evento. Há verba prevista no Orçamento de 2010, ainda não votado pela Câmara Legislativa, parada pela crise.
O governo deve encontrar dificuldade para fechar a programação -que deverá ser definida em três semanas.
A primeira reunião após a crise foi cancelada anteontem por falta de quorum. O grupo é presidido pelo vice-governador, Paulo Octávio (DEM), e composto pelos principais secretários -dois dos quais deixaram o governo nos últimos dias.

Rio de Janeiro
A festa oficial pode não ser a única prejudicada. A Beija-Flor de Nilópolis prepara para 2010 uma homenagem aos 50 anos de Brasília.
O diretor de harmonia da escola, Laíla, diz não temer a reação do público. "Não vamos falar de política, mas sim da história da cidade."
Além do risco de vaia, a Beija-Flor pode perder verba para o desfile. Metade dos R$ 3 milhões anunciados já foi paga, mas falta R$ 1,5 milhão. Já não há tanta certeza na escola sobre o pagamento da verba.
Na última terça-feira, Arruda teria um compromisso ligado à Beija-Flor em Nilópolis, mas não compareceu, segundo membros da escola. (JOHANNA NUBLAT e FÁBIO GRELLET)


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