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Mensalão põe megafesta em risco e faz Beija-Flor temer calote no Carnaval
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
A crise do mensalão no DF
colocou um ponto de interrogação sobre o rumo das comemorações dos 50 anos de Brasília, em 21 de abril de 2010.
Ao mesmo tempo, provocou na Beija-Flor, tradicional
escola de samba do Rio e que
terá como tema no ano que
vem justamente o aniversário
da capital, o temor de perder
parte do patrocínio oficial de
R$ 3 milhões prometido pelo
governo brasiliense.
Menina dos olhos da gestão
José Roberto Arruda (DEM),
a festa é vendida desde o início do governo distrital como
motor para a economia local
no próximo ano e vitrine da
gestão em ano eleitoral.
A vontade do governo era
encher a Esplanada dos Ministérios com 2 milhões de
pessoas. Shows de U2, Madonna e Paul McCartney chegaram a ser cogitados.
"Evidente que tudo isso vai
prejudicar os 50 anos de Brasília, eu sinto que vai prejudicar", afirma o secretário de
Cultura, Silvestre Gorgulho,
um dos integrantes do comitê
que planeja a grande festa.
O discurso oficial, por enquanto, é que festa e obras estão mantidas e devem ser tocadas pelo segundo escalão.
"O aniversário de Brasília,
essa saga, está muito maior
que qualquer questão política", afirmou João Oliveira,
presidente da BrasiliaTur
(empresa pública diretamente ligada à execução da festa).
Da parte do governo, R$ 20
milhões seriam destinados ao
evento. Há verba prevista no
Orçamento de 2010, ainda
não votado pela Câmara Legislativa, parada pela crise.
O governo deve encontrar
dificuldade para fechar a programação -que deverá ser
definida em três semanas.
A primeira reunião após a
crise foi cancelada anteontem por falta de quorum. O
grupo é presidido pelo vice-governador, Paulo Octávio
(DEM), e composto pelos
principais secretários -dois
dos quais deixaram o governo
nos últimos dias.
Rio de Janeiro
A festa oficial pode não ser
a única prejudicada. A Beija-Flor de Nilópolis prepara para 2010 uma homenagem aos
50 anos de Brasília.
O diretor de harmonia da
escola, Laíla, diz não temer a
reação do público. "Não vamos falar de política, mas sim
da história da cidade."
Além do risco de vaia, a Beija-Flor pode perder verba para o desfile. Metade dos R$ 3
milhões anunciados já foi paga, mas falta R$ 1,5 milhão. Já
não há tanta certeza na escola
sobre o pagamento da verba.
Na última terça-feira, Arruda teria um compromisso ligado à Beija-Flor em Nilópolis, mas não compareceu, segundo membros da escola.
(JOHANNA NUBLAT e FÁBIO GRELLET)
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