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REAÇÃO À DERROTA
Governo só liberará R$ 300 milhões em emendas
Deputado que vota contra não é aliado, afirma FHC
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
disse ontem que
os aliados que
não votam com
o governo em
questões essenciais se colocam fora da base governista e terão tratamento correspondente à posição que assumiram. Mas negou que a falta de
apoio será retribuída com um "espírito de represália" de sua parte.
A afirmação foi feita por intermédio do seu porta-voz, Sergio
Amaral, que disse ainda que "provavelmente" a reforma teria sido
aprovada "se houvesse fidelidade
partidária".
"Aqueles que não votam com o
governo em questões essenciais se
colocam fora da base de sustentação e, por consequência, terão de
ser tratados correspondentemente", disse o porta-voz.
Mas o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP),
disse que serão cortados os repasses voluntários da União para Estados e municípios e os recursos
das emendas dos parlamentares ao
Orçamento para compensar a derrota na votação de anteontem.
O governo não conseguiu aprovar a medida provisória do pacote
fiscal que instituía a contribuição
previdenciária de servidores públicos aposentados e de pensionistas da União e aumentava a dos
funcionários na ativa. Com a derrota, o governo deixará de arrecadar cerca de R$ 2,5 bilhões no próximo ano.
Os cortes serão em projetos e investimentos nas áreas de infra-estrutura, meio ambiente, saúde e
educação. A intenção do governo é
liberar apenas as emendas dos parlamentares que votaram a favor do
governo, o que somaria cerca de
R$ 300 milhões.
Segundo Sergio Amaral, o presidente não definiu como será o tratamento dispensado aos aliados
que votaram contra o governo,
mas negou que a decisão de cortar
as emendas seja uma retaliação.
"O presidente não tem nenhuma
decisão de cortar emendas parlamentares movido por qualquer espírito de represália", disse.
Amaral afirmou que o corte de
emendas propostas por parlamentares não é considerado a melhor
opção. "O governo não considera
esse o melhor caminho. Prefere o
caminho que propôs ao Congresso", disse ele. "Se esse caminho
não vier a ser aprovado, será necessário fazer cortes adicionais."
O presidente disse, por meio do
porta-voz, que espera que o Congresso aprove a medida no ano que
vem. "É por ela que o governo vai
lutar, se não for viável. Se isso não
for aprovado, buscará alternativas", disse Amaral.
O governo também pode propor
novos aumentos de impostos. A
redução de despesas deve atingir
os investimentos da União, podendo afetar as áreas da saúde e educação e paralisar obras.
"O governo perdeu R$ 2,5 bilhões e terá de tirar (esse valor) de
algum lugar", disse Madeira.
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