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DINHEIRO PÚBLICO
Empresa é suspeita de ter superfaturado obra do TRT
MP pede abertura de processo contra construtora de tribunal
da Reportagem Local
O Ministério Público Federal pediu ontem a abertura de processo
criminal contra a Construtora Ikal
para que seja apurado suposto envio irregular de R$ 49,7 milhões a
uma financeira no Panamá.
A construtora foi contratada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em agosto de 92 para a
construção do Fórum Trabalhista,
no centro de São Paulo.
A obra deveria ter sido entregue
há dois anos e está paralisada desde o mês passada. O MP apontou
superfaturamento de 218% no valor da obra.
De acordo com os procuradores,
faltando 30% para a sua conclusão,
o prédio já consumiu R$ 235,87
milhões de recursos federais. Esse
valor é quase três vezes mais do
que o prédio deveria custar.
Parte desse dinheiro, segundo os
procuradores, foi enviada ao exterior, sem nenhum registro da operação no Banco Central. O suposto
desvio foi detectado em relatório
da Receita depois que o Ministério
Público conseguiu a quebra do sigilo dos diretores da construtora.
Na segunda-feira, o TRT determinou a abertura de um procedimento administrativo, que teria
como "desfecho fatal a rescisão do
contrato", segundo o presidente
do TRT, Floriano Vaz da Silva.
A construtora foi notificada na
terça-feira e tem até a próxima terça para se manifestar formalmente
junto ao tribunal trabalhista.
Os diretores da construtora, Fábio Monteiro de Barros Filho e José Eduardo Ferraz, disseram, por
meio de sua secretária, que estudam as medidas que a empresa tomará e só irão falar na terça-feira.
Em entrevistas anteriores, a empresa negou a paralisação da obra
e o superfaturamento no preço.
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