São Paulo, sexta, 4 de dezembro de 1998

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DINHEIRO PÚBLICO
Empresa é suspeita de ter superfaturado obra do TRT
MP pede abertura de processo contra construtora de tribunal

da Reportagem Local

O Ministério Público Federal pediu ontem a abertura de processo criminal contra a Construtora Ikal para que seja apurado suposto envio irregular de R$ 49,7 milhões a uma financeira no Panamá.
A construtora foi contratada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em agosto de 92 para a construção do Fórum Trabalhista, no centro de São Paulo.
A obra deveria ter sido entregue há dois anos e está paralisada desde o mês passada. O MP apontou superfaturamento de 218% no valor da obra.
De acordo com os procuradores, faltando 30% para a sua conclusão, o prédio já consumiu R$ 235,87 milhões de recursos federais. Esse valor é quase três vezes mais do que o prédio deveria custar.
Parte desse dinheiro, segundo os procuradores, foi enviada ao exterior, sem nenhum registro da operação no Banco Central. O suposto desvio foi detectado em relatório da Receita depois que o Ministério Público conseguiu a quebra do sigilo dos diretores da construtora.
Na segunda-feira, o TRT determinou a abertura de um procedimento administrativo, que teria como "desfecho fatal a rescisão do contrato", segundo o presidente do TRT, Floriano Vaz da Silva.
A construtora foi notificada na terça-feira e tem até a próxima terça para se manifestar formalmente junto ao tribunal trabalhista.
Os diretores da construtora, Fábio Monteiro de Barros Filho e José Eduardo Ferraz, disseram, por meio de sua secretária, que estudam as medidas que a empresa tomará e só irão falar na terça-feira.
Em entrevistas anteriores, a empresa negou a paralisação da obra e o superfaturamento no preço.



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