São Paulo, sexta, 4 de dezembro de 1998

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SÃO PAULO
Dois homens apontam arma para ex-prefeito, à tarde em cruzamento
Tiro de segurança impede assalto a Maluf em São Paulo

Evelson de Freitas - 7.nov.95/Folha Imagem
O ex-prefeito Paulo Maluf (PPB), que sofreu tentativa de assalto ontem, testa Porsche em 95


da Reportagem Local

O ex-prefeito Paulo Maluf (PPB-SP) sofreu ontem à tarde, por volta das 15h30, uma tentativa de assalto na esquina da avenida 9 de Julho com a alameda Lorena, nos Jardins, zona sudoeste de São Paulo.
A abordagem, feita diretamente por dois homens, foi frustrada pela ação de um segurança que seguia o veículo dirigido pelo pepebista.
Segundo o relato de Maluf, um dos homens foi ferido durante o tiroteio com seu segurança.
"Ele botou a mão mão no ombro e correu. Era um sujeito alto, forte, com a cabeça raspada. Dava a impressão de ser egresso da prisão. Não parecia um trabalhador", disse Maluf.
Em um Porsche, o ex-prefeito se dirigia a Campos do Jordão (SP) para encontrar a família.
O pepebista afirmou que um dos homens se aproximou do carro pela porta do passageiro e outro, pela dianteira do veículo. Um deles, de acordo com o ex-prefeito, carregava uma pistola 765 prateada, e o outro, um revólver 38 oxidado.
"O da pistola veio pelo lado do passageiro e socava o vidro com o cano do revólver. Quase quebrou. O da frente estava com o revólver na frente, apontado para a minha cara", disse Maluf.
O Porsche foi atingido por um tiro, de acordo com o pepebista, disparado por seu próprio segurança. "Ele disse que ainda estava preso pelo cinto de segurança. Podia ter pego em mim", explicou. "Espero que o governador Mário Covas (PSDB) promova o soldado que me deu cobertura", disse Maluf.
De acordo com o ex-prefeito, o segurança é membro da Polícia Militar e presta serviços de escolta pessoal durante suas folgas da corporação. A assessoria de imprensa do governador não quis se manifestar sobre o caso.
O pepebista, que acredita em tentativa de sequestro, afirmou que pretendia ir até Campos sem o acompanhamento de sua segurança particular.
Mudou de idéia a partir de um pedido de seu motorista. "O Salvador, pensando na possibilidade de um pneu furado, sugeriu ir me seguindo. Ele salvou a minha vida", declarou.
Apesar de estar utilizando um Nissan blindado em seus deslocamentos pela cidade, Maluf disse que ontem preferiu dirigir o Porsche, "como um ser normal".
"Quando estou com a família, gosto de ser um homem normal. Guio carro, escuto o som que gosto, Julio Iglesias, música clássica. Em duas horas de viagem você espairece", justificou.
Segundo o pepebista, dois outros homens deram cobertura à ação dos assaltantes.
"Me arranquei para Campos com a escolta para pegar a estrada. Minha preocupação era que eles tivessem cobertura de outros em motos ou carros."
Maluf disse ainda que há impressões digitais dos dois assaltantes que o abordaram nos vidros do carro. "Vou mandar fazer perícia, não deixei ninguém lavar."
Maluf afirmou que, devido à rapidez do ocorrido, não teve tempo de se assustar. "Não durou mais de dez segundos. Foi mais para uma síncope. Fiquei quieto, porque amedronta. É torcer para eles não te levarem a vida. Mas o segurança teve muita presença de espírito."



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