São Paulo, Quarta-feira, 05 de Janeiro de 2000


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PAINEL

Tempo fechado

O DNER suspeita de negligência da empresa Nova Dutra na execução de obras de contenção de enchentes. Uma equipe foi à Via Dutra investigar. A empresa concessionária nega que tenha falhado. Em 99, o governo gastou R$ 5,35 milhões para fiscalizar a rodovia, que alagou em alguns trechos.

Radiografia social

A pesquisa ""Atitudes, Normas Culturais e Valores em Relação à Violência em 10 Capitais Brasileiras" mostra que há concentração maior de homicídios nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Recife e Vitória. Coordenado por Nancy Cardia, a pesquisa é do Núcleo de Estudos da Violência da USP e será divulgada na semana que vem.


Lotação esgotada
Em Itajubá, FHC viajou na cabine do caminhão do Exército, com o motorista e o prefeito da cidade. Os seguranças ficaram pendurados na janela. Os senadores José Roberto Arruda, Francelino Pereira e José Alencar, além dos ministros Fernando Bezerra e Pimenta da Veiga, viram a enchente da carroceria.

Mudança de rota

FHC mandou buscar o ministro Pimenta (Comunicações) em Vitória, a fim de que ele integrasse a sua comitiva na visita às enchentes em Minas. Mineiro, Pimenta quer disputar a sucessão do governador Itamar.

Enchente eleitoral 1
FHC tomou o cuidado de convidar os três senadores mineiros para sua visita a Itajubá, no sul do Estado, atingida por enchentes. Mas Arlindo Porto (PTB) ficou de fora porque não conseguiu sair de Patos de Minas, onde tem fazenda.

Enchente eleitoral 2
O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) integrou a comitiva de FHC porque sua família mora em Itajubá (MG). Os senadores do Rio não foram convidados, pois não havia previsão de pouso em Engenheiro Passos (RJ) -o que só seria decidido em cima da hora.

PSDB engole sapo

Para um cacique tucano, as críticas de ACM a FHC fazem mais estrago do que os erros que o governo comete. Por ser um aliado, quando o pefelista bate pesado, dá o piso do tom das críticas. A oposição e jornalistas, acredita, ficam mais livres para subir o tom e tripudiar.

Estratégia palaciana

FHC evita bater de frente com ACM por um traço de personalidade -não briga olho no olho. O presidente, porém, está determinado a diminuir cada vez mais a importância do senador no governo. E tentará miná-lo ao máximo no bastidor.

Poder inflado

Deputados ironizam o fato de ACM dar como certo que o projeto que limita medidas provisórias será votado na convocação extraordinária do Congresso. A emenda está em comissão especial da Câmara, Casa sobre a qual a influência de ACM se limita a parte da bancada do PFL.

Inabilidade

O PMDB até teria interesse em votar logo o projeto das medidas provisórias. Entretanto, cada vez que ACM fala como se mandasse no Congresso, cresce a resistência de peemedebistas, loucos para mostrar que o pefelista não tem o poder que pensa.

Confusão à vista

Nem a volta a Harvard foi suficiente para demover Mangabeira Unger da idéia de disputar a prefeitura de SP pelo PPS. O intelectual desembarca em dez dias na cidade anunciando que "entrará no debate". Na prática, diz que disputará a vaga com Kapaz, o preferido do partido.

Troca de chumbo

De Antenor Braido, secretário de Pitta, sobre o vereador Cardozo ter dito que o prefeito de SP é como o ""bug do milênio" (prometia muito e foi um ""fiasco"): ""Ele é conhecido no PT como Aleluia, o cupim voador que adora aparecer quando vê uma luz, aborrece todo mundo e não serve para nada".

TIROTEIO

Do ator Wagner Sugamele, do grupo teatral Ornitorrinco, sobre o presidente Figueiredo ter dito a respeito de ACM que, ""se houvesse um sistema mundial para medir o mau caráter, ele seria a unidade do sistema":
- Um autoritário fala do outro com conhecimento de causa. A unidade do sistema poderia se chamar ACM, ""Ausência de Caráter e de Moral".

CONTRAPONTO

Folclore janista
Jânio Quadros iniciou sua carreira política em 1948, assumindo uma cadeira na Câmara Municipal de São Paulo.
Moradores antigos do Cambuci, bairro onde o então professor de português morava, contam que, na eleição, o futuro presidente foi a uma vidente.
- Dona Francisca, não sei mais o que fazer. Não tenho dinheiro para fazer a campanha.
Ela fitou Jânio e disse, demonstrando convicção:
-Fique tranquilo, em junho o senhor contará muito dinheiro.
Jânio foi embora satisfeito.
No final de maio, com o caixa totalmente vazio, voltou a falar com Dona Francisca:
- A senhora vai me desculpar. Junho já está aí, não tenho um tostão e as perspectivas não são das melhores.
- Mas quanta impaciência! Falei que em junho o senhor vai começar a contar muito dinheiro - respondeu a vidente.
Dez dias depois da conversa, por falecimento do responsável, Jânio foi nomeado tesoureiro da escola na qual dava aulas.


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