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CONGRESSO
Idéia será levada em fevereiro; convocação começa esvaziada
ACM propõe acabar com
emendas parlamentares
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
vai propor o fim da cota de emendas individuais que todo parlamentar tem direito de apresentar
ao Orçamento da União.
Os parlamentares utilizam sua
cota para destinar recursos às
suas regiões, atendendo aos interesses de suas bases eleitorais.
A mudança estará incluída na
emenda constitucional que ele irá
apresentar em fevereiro, visando
tornar imperativa a lei orçamentária, segundo ACM para "moralizar" a execução do Orçamento.
A proposta, segundo ele, não
deverá alterar as regras para os
Orçamentos de 2000 -ainda não
aprovado pelo Congresso; está na
pauta da convocação extraordinária que começa hoje- e de
2001.
Segundo ele próprio disse ao
presidente Fernando Henrique
Cardoso, sua idéia é tornar a lei
orçamentária obrigatória somente a partir de 2002 ou 2003.
"Não quero fazer uma coisa
contra o Fernando Henrique. Seria bom para o Brasil", disse.
"O governo está com medo porque é mais fácil não cumprir o Orçamento previsto. Não pagar e
contingenciar verbas. Quando ele
bloqueia recursos, começa a corrupção pela liberação", afirmou.
O senador também irá propor o
fim da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que é prevista na
Constituição. Ele considera a
LDO "desnecessária", já que as regras nunca são cumpridas na elaboração do Orçamento.
Atualmente, o Orçamento é autorizativo, ou seja, o governo não
é obrigado a cumprir a lei aprovada pelo Congresso e sancionada
pelo presidente da República.
A emenda do presidente do Senado obrigará o governo a enviar
para o Congresso até 30 de abril a
proposta orçamentária para o
ano seguinte, com a previsão de
arrecadação e de despesas.
"O Congresso poderá mudar as
destinações de recursos, mas não
poderá nunca mexer no valor previsto pelo governo para os gastos.
E não poderá haver a cota individual de emendas", afirmou ACM.
O Congresso terá de aprovar o
projeto de lei até 30 de novembro,
para entrar em vigor a partir de 1º
de janeiro do ano seguinte. O presidente da República pode vetar
dispositivos de projetos aprovados pelo Congresso, mas não pode vetar partes dele (palavras ou
expressões).
ACM também quer que a Comissão Mista de Orçamento passe
a exercer de fato seu poder de fiscalização, conferindo no local a
necessidade de investir em obras.
Convocação vazia
O Congresso começa a partir de
hoje o período de convocação extraordinária sem a presença da
maioria dos deputados e dos senadores. A abertura será formal,
as votações só deverão acontecer
a partir da próxima terça-feira,
quando será exigida a presença
dos parlamentares nas sessões.
A abertura dos trabalhos foi necessária para evitar a convocação
automática com a reedição de
medidas provisórias que estariam
perdendo o prazo de validade.
A Constituição estabelece a convocação em cinco dias quando há
edição de MPs durante o recesso.
A pauta que concentra mais
projetos de interesse do governo é
a da Câmara. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP),
estabeleceu como prioridades a
votação da reforma do Judiciário
e do projeto que limita a edição de
medidas provisórias pelo presidente da República.
O porta-voz da Presidência da
República, Georges Lamazière,
disse que a pauta da convocação
extraordinária do Congresso "foi
definida em estrita cooperação"
com os presidentes da Câmara
dos Deputados e do Senado e dos
líderes dos partidos.
Lamazière não confirmou a
possibilidade de alguns projetos
serem excluídos. "Não tenho nenhum indicador de mudanças."
Colaborou Denise Madueño,
da Sucursal de Brasília
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