São Paulo, Quarta-feira, 05 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRIME ORGANIZADO
Resultado sairá até dia 15
Pascoal receberá 1ª sentença da Justiça

da Sucursal de Brasília

da Agência Folha, em Belo Horizonte


Três meses após ser cassado e preso sob a acusação de comandar um esquadrão da morte e o narcotráfico no Acre, o ex-deputado Hildebrando Pascoal receberá a primeira sentença da Justiça até o próximo dia 15 pela acusação de movimentar conta bancária aberta em nome de um ex-empregado.
A previsão é do juiz federal do Acre Pedro Francisco da Silva. Segundo ele, o ex-deputado também deverá ser julgado neste semestre como suposto mandante das mortes dos policiais Sebastião Crispim e Walter Ayala. O processo sobre narcotráfico contra o ex-deputado envolve outras 53 pessoas e não tem previsão para ser concluído.
A denúncia sobre a conta bancária aponta que Hildebrando usou Sebastião Mendes Ribeiro, que era analfabeto e trabalhava em uma das fazendas do ex-deputado, como "laranja" para abrir em 1992 e movimentar até 1995 uma conta bancária na agência do Banco Itaú em Rio Branco (AC). A CPI do Narcotráfico apurou que essa conta recebeu em 1994 depósitos de R$ 65.270,00.
A CPI suspeita que esse dinheiro seja resultante do narcotráfico.
Oscar Luchesi, advogado de Hildebrando, disse que, se a sentença for desfavorável a seu cliente, não surtirá efeito porque os crimes tributário e financeiro a ele atribuídos deixam de ser puníveis em quatro anos. A última movimentação da conta ocorreu em janeiro de 1995.
Os vaqueiros Ademir Ribeiro, 45, e Ivair de Araújo, 33, afirmaram à Polícia Civil do Acre que encontraram restos de mãos e pés serrados perto de uma das fazendas de Hildebrando. O fazendeiro Oswaldo Ribeiro, para quem os vaqueiros trabalhavam, negou ter ficado com os restos humanos, conforme eles disseram à polícia.
Os pés e mãos seriam do mecânico Agilson Firmino, o Baiano, cujo corpo foi achado com braços e pernas decepados. Ele teria sido morto pela família Pascoal.

Beira-Mar
Em nova conversa telefônica, o homem que se identifica como sendo o traficante Fernandinho Beira-Mar disse ontem a deputados estaduais mineiros que quer prestar depoimento, também por telefone, à CPI do Narcotráfico da Câmara dos Deputados.
O presidente da CPI, deputado Magno Malta (PTB-ES), afirmou que, apesar de ter considerado desapontador o depoimento de anteontem, considera importante ouvir Beira-Mar.


Texto Anterior: Crescimento era inviável
Próximo Texto: Elio Gaspari: Oxalá se zangou com FFH
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.