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Citado, Estevão diz que versão é "correta"
VALÉRIA DE OLIVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O depoimento do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto à Polícia Federal agradou ao senador cassado
Luiz Estevão. "É correto e verdadeiro", disse Estevão sobre as declarações de Nicolau, feitas em dezembro. A versão apresentada pelo ex-juiz coincide com a que vem
sendo sustentada por Estevão.
O ex-senador teve o mandato
cassado pelo Senado por quebra
do decoro parlamentar, após ter
sido investigado pela CPI do Judiciário no desvio de R$ 169 milhões
das obras do TRT de São Paulo.
Estevão e Nicolau negam ter participado do desvio de dinheiro.
Em seu depoimento, o ex-juiz
afirmou ter visto Estevão "aproximadamente duas vezes (sic)" e
disse que fez "alguns telefonemas" para ele. Estevão confirmou
ter recebido apenas uma ligação
de Nicolau, quando sua filha
Cleucy foi sequestrada. "Na época, recebi 3.000 telefonemas, fax e
telegramas de solidariedade."
A CPI do Judiciário afirmou que
Nicolau telefonou 68 vezes para o
senador cassado. Em depoimento
à Justiça Federal de São Paulo, Estevão admitiu que as companhias
telefônicas haviam registrado 25
telefonemas do ex-juiz para ele.
Ontem, Estevão afirmou ter visto Nicolau em duas ocasiões "por
alguns segundos". A primeira teria sido em fevereiro 92, quando
foi aberta a licitação para a obra
do tribunal. "Ele entrou na sala e
cumprimentou os concorrentes
da licitação", disse o ex-senador.
O outro encontro, afirma Estevão, teria sido em um restaurante
de Brasília três anos depois. Há
uma divergência entre as versões
do ex-juiz e do ex-senador quanto
ao que aconteceu no restaurante.
Nicolau disse à PF que apresentou o senador Romeu Tuma
(PFL-SP) a Estevão, que ainda
não era senador. Estevão, entretanto, disse que foi Tuma quem
apresentou Nicolau a ele.
Estevão admitiu que pode ter se
encontrado uma terceira vez com
Nicolau por ter saído do TRT
"xingando todo mundo", quando
sua empresa, o Grupo OK, foi excluída da licitação para construção do prédio do tribunal.
Estevão disse também que vai
colocar, na próxima semana, em
um site da Internet, sua versão,
que contesta 20 manchetes de jornais sobre o caso TRT.
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