São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2001

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SÃO PAULO


Promotoria recebe laudo

Para perícia, prefeitura pagou mais por frango



DA REPORTAGEM LOCAL

Perícia feita a pedido da Justiça concluiu que a Prefeitura de São Paulo teve prejuízos nas compras de frangos para escolas municipais entre o final da gestão Paulo Maluf e o início da administração Celso Pitta, em escândalo que ficou conhecido como Frangogate.
Segundo a perícia, as compras ficaram entre R$ 21.737 e R$ 50.859 acima dos preços praticados no mercado.
As 832 toneladas de coxas e sobrecoxas de frango foram compradas pela prefeitura paulistana, entre agosto de 1996 e fevereiro de 1997, da empresa A D'Oro, pertencente a Fuad Luftfalla, cunhado do ex-prefeito Maluf.
Uma das empresas que fornecia frango à A D'Oro era a Obelisco Agropecuária, que pertence à mulher de Maluf, Sylvia, e à sua filha Lígia.
A empresa A D'Oro foi escolhida como fornecedora depois de ficar em segundo lugar em licitação pública municipal que eliminou a primeira colocada.
O advogado da família Maluf, Ricardo Tosto, afirmou que o laudo "tranquiliza" seus clientes.
"Não tive ainda acesso oficial à perícia, mas pelo que sei ela mostra que a Obelisco não tem nenhuma relação com esse possível prejuízo da prefeitura. Portanto nem o doutor Paulo Maluf nem sua mulher e sua filha têm coisa nenhuma a ver com o caso."
Para concluir que a compra dos frangos foi superfaturada, a perícia pedida pela 2ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo comparou os preços pagos pela prefeitura com os praticados por outras empresas. A diferença entre os dois possíveis valores de superfaturamento se deve às estimativas sobre prazos de pagamento e à quantidade do pedido.
A perícia judicial foi pedida pelo Ministério Público, que acusa o ex-prefeito Paulo Maluf de ter manipulado as compras da prefeitura para favorecer as empresas do seu cunhado e da sua família. O laudo será agora avaliado pelos peritos do Ministério Público e dos acusados.


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