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Com intenção de ser candidato, Alckmin visita bairros da periferia
Idéia do ex-governador é visitar bairros beneficiados por sua gestão no Estado
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa demonstração do
quanto está disposto a manter
seu nome em evidência, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) se lança, a
partir deste mês, numa agenda
típica de candidato.
A idéia é percorrer bairros da
periferia beneficiados por sua
gestão à frente do governo do
Estado. O roteiro inclui áreas
contempladas com hospitais,
como Sapobemba e Cidade Tiradentes, e com escolas técnicas, como Jardim Ângela e Jardim São Luiz.
Segundo um aliado, a estratégia foi traçada pelo próprio
Alckmin. Em suas andanças pela cidade, Alckmin teria constatado boa receptividade nas
áreas contempladas por obras.
Daí, a decisão de capitalizar
melhor suas realizações.
Na agenda, estarão ainda
bairros favorecidos pelas obras
de rebaixamento da calha do
Tietê e até mesmo construção
do Rodoanel. Conjuntos habitacionais construídos em mutirão também serão visitados.
Essa não é a única resposta
de Alckmin aos tucanos que
trabalham pela candidatura do
prefeito Gilberto Kassab
(DEM) à reeleição.
O ex-governador de São Paulo também estaria determinado a conversar com dirigentes
de outros partidos e do próprio
PSDB. Entre eles, está o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso.
Em recentes conversas, Alckmin tem repetido que o PSDB
deve ter candidato próprio em
São Paulo, ainda que não seja
ele. Seus aliados reproduzem
esse discurso:
"Um partido que tem expectativa de poder, como é o caso
do PSDB em São Paulo, não pode abrir mão disso. É estranho
que defendam isso", argumentou o deputado federal Edson
Aparecido.
Outro aliado de Alckmin, o
deputado federal Sílvio Torres
afirma que a cidade de São Paulo será "a vitrine" das eleições
do ano que vem, a primeira batalha da guerra pela Presidência da República. Segundo ele, o
PT deverá apostar todas as fichas na cidade.
"2010 começa em 2008. Não
podemos permitir que o PT
vença em São Paulo", disse o
deputado.
A movimentação de alckmistas é uma reação aos tucanos
que insistem na idéia de apoio a
Kassab sob o argumento de que
a preservação da aliança com o
DEM é a prioridade.
Além disso, aliados de Kassab advertem para o impacto
do lançamento de duas candidaturas sobre a administração
municipal. No primeiro escalão, os indicados pelo ex-prefeito e hoje governador José Serra
chegam a 15 dos 21 secretários
municipais.
Juntos, eles vão controlar
mais da metade do orçamento
da administração direta. Este
ano, serão R$ 11.177.879.026
-56% do orçamento
(R$ 19.970.450.822,00).
Ainda segundo levantamento realizado pela Folha, na
coordenação das Subprefeituras, pelo menos 22 dos 31 subprefeitos são da cota tucana,
responsáveis por 75% (R$ 834
milhões) do R$ 1,116 bilhão
destinado às subprefeituras
neste ano.
Pelo menos seis colaboradores de Kassab trabalharam no
governo Alckmin, sendo quatro
deles atualmente titulares de
subprefeituras.
Eles terão de deixar a prefeitura caso Alckmin e Kassab
disputem em outubro. "Não
quero falar sobre essa hipótese.
Aposto na preservação dessa
aliança. Prometo dar minha alma pela aliança", reagiu o secretário municipal Walter
Feldman, ao responder se terá
de deixar a prefeitura.
Diante da iminência de um
racha, FHC já tem sido consultado pelos tucanos. Em recente
reunião com os subprefeitos,
foi questionado sobre o risco
de esvaziamento da prefeitura.
FHC -com quem Kassab já
se reuniu- teria dito que ninguém melhor que os subprefeitos para saber o que é bom para
a cidade.
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