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ESTADOS
Governadores baiano e paulista trocam críticas sobre guerra fiscal, que tucano chamou de aberração
Borges acusa Covas de "terrorismo fiscal"
do enviado especial
da Agência Folha em Curitiba
O debate sobre guerra fiscal explodiu no final da reunião dos governadores, quando todos os demais pontos já estavam acordados. Os governadores de São Paulo, Mário Covas (PSDB), e da Bahia, César Borges (PFL), trocaram várias acusações.
""Guerra fiscal é eufemismo. É
uma ilegalidade. Os incentivos
diferenciados são uma aberração.
É um crime que se comete com
São Paulo, um Estado que abriga
16 milhões de miseráveis", disse
Mário Covas.
Borges respondeu: ""Eufemismo é o governador Covas chamar
de guerra fiscal a tentativa de alguns Estados se desenvolverem
industrialmente". Disse que a Bahia vai continuar usando a isenção do ICMS enquanto não houver um instrumento que diminua
as diferenças entre os Estados.
O governador da Bahia lançou
o debate na noite anterior, quando Covas ainda não havia chegado a Curitiba. Borges afirmou
que o governador paulista estaria
ameaçando sobretaxar produtos
que recebem isenção em outros
Estados como forma de ""melhorar a sua popularidade", que estaria em baixa em São Paulo.
Também disse que Covas estaria praticando ""terrorismo fiscal". O governador paulista chegou a Curitiba tentando evitar a
discussão sobre o tema: ""Já passou essa fase do terrorismo. Já
passou há alguns anos. Não vou
responder. Eu escolho os meus
adversários".
O debate foi proposto na reunião pelo governador do Acre,
Jorge Viana (PT), quando o anfitrião, Jaime Lerner (PFL), já tratava de encerrar os trabalhos.
""Temos de ter maturidade para
tratar desse assunto. Os Estados
pobres do Norte acompanham o
tema com preocupação", disse.
""O que falta ao país é uma política nacional de desenvolvimento, que trate as regiões de forma
diferenciada", acrescentou.
O governador do Mato Grosso,
Dante de Oliveira (PSDB), afirmou que o país precisa encontrar
formas de ""descentralizar o seu
desenvolvimento econômico e
industrial", mas não por meio de
renúncia do ICMS.
Covas entrou no debate, ressaltando que o assunto não fora proposto por ele.
O governador paulista disse
que o seu Estado é responsável
por 48% da arrecadação do país.
""Disso, 3% vão para o Banco do
Nordeste e 3% para o Banco da
Amazônia. E, mesmo assim, nunca me levantei contra isso."
O governador paulista reconheceu, porém, que o tema é polêmico. E fez uma brincadeira com o
governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB): ""Vocês viram
um provável candidato a presidente do nosso partido defender
a guerra fiscal".
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