|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Presidente reage, se distancia de Alckmin, mas ainda perde de Serra
DA REDAÇÃO
Embalado pelo crescimento de
sua candidatura entre os mais pobres, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) se aproximou do
prefeito de São Paulo, José Serra
(PSDB), e ultrapassou Geraldo
Alckmin, no cenário em que o governador é colocado como o candidato do PSDB à Presidência.
Apesar da recuperação, Lula
ainda tem a maior taxa de rejeição
-dos entrevistados, 34% não votariam nele de jeito nenhum. As
taxas de Serra e Alckmin são de
17% e 14%, respectivamente.
Na simulação de primeiro turno
em que Serra e Anthony Garotinho (PMDB) são apontados como candidatos, Lula saiu de uma
desvantagem de sete pontos percentuais, observada na pesquisa
Datafolha de dezembro, para uma
situação de empate técnico no último levantamento -tem 33%,
contra 34% do tucano.
Em um eventual segundo turno
com o petista, Serra continua liderando, por 49% a 41%, mas sua
vantagem caiu de 14 para 8 pontos
percentuais. O tucano praticamente manteve o índice da pesquisa anterior, enquanto Lula ganhou apoio entre os que antes se
declaravam inclinados a votar nulo ou em branco.
Na disputa com Alckmin, também quando Garotinho é incluído
na pesquisa, Lula vence no primeiro turno por 16 pontos de vantagem (36% a 20%) -a distância
era de oito pontos no levantamento anterior.
No segundo turno, Lula aparece
nove pontos à frente do governador tucano, depois de empatar
tecnicamente com ele na pesquisa
feita há um mês e meio.
O resultado da pesquisa deve dificultar a eventual confirmação da
candidatura de Alckmin pelo
PSDB. O governador, que já reavalia a possibilidade de permanecer no cargo em vez de concorrer
à Presidência, tem menos apoio
na cúpula do partido.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, já
manifestou a interlocutores a preferência por Serra. Recentemente,
disse que o prefeito será candidato "se o povo quiser" -referência
indireta ao peso das pesquisas
eleitorais na escolha do partido.
A evolução da preferência por
Lula e pelos tucanos segue padrões opostos nos dois extremos
das faixas de renda pesquisadas
pelo Datafolha.
Entre os mais pobres, que ganham até cinco salários mínimos,
o petista subiu sete pontos percentuais (de 37% para 44%) no
confronto de segundo turno com
Serra, que ainda assim lidera, com
47% das intenções de voto.
Já entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários mínimos,
quem subiu foi o tucano -nada
menos do que 12 pontos. Nessa
faixa, Serra é o melhor para 65%, e
Lula tem 24% das preferências.
A evolução de Alckmin é parecida no segundo turno -subiu nove pontos percentuais entre os
mais ricos e caiu três entre os mais
pobres. Lula, nas mesmas faixas,
caiu seis pontos e subiu nove.
No confronto direto com o petista, Serra lidera a pesquisa nas
regiões Sul (59% a 31%), Sudeste
(52% a 39%) e Norte/Centro-Oeste (51% a 39%). Em relação ao levantamento anterior, o tucano teve oscilações dentro da margem
de erro em todas as regiões. Já Lula, que está na frente apenas no
Nordeste (52% a 39%), ganhou
pontos em todas as regiões. O
maior crescimento foi no Sul.
No segundo turno com Alckmin, o petista vence nas regiões
Nordeste e Norte/Centro-Oeste
(63% a 25% e 47% a 39%) e empata no Sul (40% a 39%). O governador tucano ganha no Sudeste por
47% a 41% -reflexo do peso de
São Paulo, onde o governo Alckmin é considerado bom ou ótimo
por 62%, segundo a pesquisa Datafolha de dezembro.
Outros nomes
Garotinho aparece, nos cenários
de primeiro turno, com 10% a
13% das preferências, e perde para Lula por 50% a 33% no segundo turno. Outro peemedebista cotado, Germano Rigotto, tem de
2% a 3% no primeiro turno.
Heloísa Helena, do PSOL, tem
de 6% a 9% no primeiro turno e
chega a aparecer em terceiro lugar
quando Rigotto é apontado como
candidato do PMDB.
(DB)
Texto Anterior: Com apoio dos mais pobres, taxa de aprovação a Lula sobe Próximo Texto: Pesquisa ouviu 2.590 pessoas em 153 cidades Índice
|