São Paulo, domingo, 05 de fevereiro de 2006

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Presidente reage, se distancia de Alckmin, mas ainda perde de Serra

DA REDAÇÃO

Embalado pelo crescimento de sua candidatura entre os mais pobres, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se aproximou do prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), e ultrapassou Geraldo Alckmin, no cenário em que o governador é colocado como o candidato do PSDB à Presidência.
Apesar da recuperação, Lula ainda tem a maior taxa de rejeição -dos entrevistados, 34% não votariam nele de jeito nenhum. As taxas de Serra e Alckmin são de 17% e 14%, respectivamente.
Na simulação de primeiro turno em que Serra e Anthony Garotinho (PMDB) são apontados como candidatos, Lula saiu de uma desvantagem de sete pontos percentuais, observada na pesquisa Datafolha de dezembro, para uma situação de empate técnico no último levantamento -tem 33%, contra 34% do tucano.
Em um eventual segundo turno com o petista, Serra continua liderando, por 49% a 41%, mas sua vantagem caiu de 14 para 8 pontos percentuais. O tucano praticamente manteve o índice da pesquisa anterior, enquanto Lula ganhou apoio entre os que antes se declaravam inclinados a votar nulo ou em branco.
Na disputa com Alckmin, também quando Garotinho é incluído na pesquisa, Lula vence no primeiro turno por 16 pontos de vantagem (36% a 20%) -a distância era de oito pontos no levantamento anterior.
No segundo turno, Lula aparece nove pontos à frente do governador tucano, depois de empatar tecnicamente com ele na pesquisa feita há um mês e meio.
O resultado da pesquisa deve dificultar a eventual confirmação da candidatura de Alckmin pelo PSDB. O governador, que já reavalia a possibilidade de permanecer no cargo em vez de concorrer à Presidência, tem menos apoio na cúpula do partido.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, já manifestou a interlocutores a preferência por Serra. Recentemente, disse que o prefeito será candidato "se o povo quiser" -referência indireta ao peso das pesquisas eleitorais na escolha do partido.
A evolução da preferência por Lula e pelos tucanos segue padrões opostos nos dois extremos das faixas de renda pesquisadas pelo Datafolha.
Entre os mais pobres, que ganham até cinco salários mínimos, o petista subiu sete pontos percentuais (de 37% para 44%) no confronto de segundo turno com Serra, que ainda assim lidera, com 47% das intenções de voto.
Já entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários mínimos, quem subiu foi o tucano -nada menos do que 12 pontos. Nessa faixa, Serra é o melhor para 65%, e Lula tem 24% das preferências.
A evolução de Alckmin é parecida no segundo turno -subiu nove pontos percentuais entre os mais ricos e caiu três entre os mais pobres. Lula, nas mesmas faixas, caiu seis pontos e subiu nove.
No confronto direto com o petista, Serra lidera a pesquisa nas regiões Sul (59% a 31%), Sudeste (52% a 39%) e Norte/Centro-Oeste (51% a 39%). Em relação ao levantamento anterior, o tucano teve oscilações dentro da margem de erro em todas as regiões. Já Lula, que está na frente apenas no Nordeste (52% a 39%), ganhou pontos em todas as regiões. O maior crescimento foi no Sul.
No segundo turno com Alckmin, o petista vence nas regiões Nordeste e Norte/Centro-Oeste (63% a 25% e 47% a 39%) e empata no Sul (40% a 39%). O governador tucano ganha no Sudeste por 47% a 41% -reflexo do peso de São Paulo, onde o governo Alckmin é considerado bom ou ótimo por 62%, segundo a pesquisa Datafolha de dezembro.

Outros nomes
Garotinho aparece, nos cenários de primeiro turno, com 10% a 13% das preferências, e perde para Lula por 50% a 33% no segundo turno. Outro peemedebista cotado, Germano Rigotto, tem de 2% a 3% no primeiro turno.
Heloísa Helena, do PSOL, tem de 6% a 9% no primeiro turno e chega a aparecer em terceiro lugar quando Rigotto é apontado como candidato do PMDB. (DB)

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