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Comissão de Direitos Humanos fica com deputado da "bancada da bala"
Pompeo de Mattos diz que não tem arma em casa, mas defende legalização
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Conhecido entre os colegas
por integrar a chamada "bancada da bala", o deputado federal
Pompeo de Mattos (PDT-RS)
foi eleito ontem presidente da
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
O deputado foi relator da medida provisória que regulamentou o Estatuto do Desarmamento e, em seu texto, flexibilizou a compra de armas e balas
para vários segmentos. Na época, o governo teve que intervir
para derrubar seu relatório.
Em 2005, Pompeo integrou a
"Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa", contrária à proibição da venda de
armas, que ficou conhecida como a "bancada da bala".
A eleição de Pompeo recebeu
críticas de parlamentares. "Sua
indicação é como uma guitarra
elétrica numa filarmônica. Entendo que os partidos deveriam
ter muito critério ao indicar os
presidentes de comissões", disse Chico Alencar (PSOL-RJ).
"Acho que para ser presidente tem de ser militante dos Direito Humanos e, no caso de
Pompeo verificamos que ele,
em sua história, insistiu na defesa do armamento", afirmou o
ex-presidente da comissão, deputado Luiz Couto (PT-PB).
Ao tomar posse, Pompeo de
Mattos disse que não faz parte
da "bancada da bala": "Eu não
sou da bancada da arma e nunca fui. Não tenho arma em casa
e nunca tive. Defendo apenas o
direito de todo mundo de se desarmar, mas, quem não quiser,
que possa legalizar. O problema
é que alguns manifestam mentiras tantas vezes que elas acabam se tornando verdade".
Pompeo disse que as prioridades da comissão devem ser a
assistência aos portadores de
necessidades especiais, aos
anistiados, presos e menores de
rua. Ele também defendeu a
manutenção da maioridade penal e a luta contra o racismo.
O vice-presidente da Comissão será o deputado Sebastião
Bala Rocha (PDT-AP). Sobre o
seu nome, ele brincou: "O meu
nome é por causa do futebol,
pois eu corria muito. Não é bala
de sangue, é bala de paz".
Pompeo de Mattos foi indicado pelo seu partido para presidir a comissão e na votação de
ontem recebeu 9 votos favoráveis, 3 deputados anularam e
outros 2 votaram em branco. A
definição das presidências é
feita de acordo com o tamanho
das bancadas na Câmara.
O deputado disse que chegou
a pedir para o PDT para escolher a Comissão de Direitos
Humanos, em vez de outras
cinco comissões que ainda estavam disponíveis. Pompeo negou que isso tenha acontecido
para que seu nome fosse desvinculado da "bancada da bala".
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