São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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Paulo Renato foi "leviano", diz Aníbal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal (SP), disse ontem que o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, foi "leviano" ao comentar que Ricardo Sérgio de Oliveira estaria pedindo propina em nome de "tucanos", conforme publicou a revista "Veja" em sua última edição.
Segundo a revista, a informação foi transmitida a Paulo Renato pelo empresário Benjamin Steinbruch, atual controlador da Companhia Siderúrgica Nacional. Para Aníbal, Paulo Renato deveria ter imediatamente perguntado: "que tucanos?".
"Se não perguntou, perdeu uma boa oportunidade para não ficar calado", disse Aníbal.
Até as 13h de ontem o Planalto ainda avaliava se deveria dar uma resposta às acusações da reportagem de "Veja". Mas setores do governo defendiam a demissão do ministro Paulo Renato. "Por que ele não disse isso à época?", questionou uma fonte palaciana.
A decisão de Paulo Renato de comentar o fato agora, num momento em que a candidatura presidencial do senador José Serra sofre contestações, é atribuída a uma vingança pessoal do ministro, que também reivindicava a vaga de candidato pelo PSDB à Presidência.
Nem mesmo o fato de Paulo Renato ter comentado o assunto com o presidente serve como atenuante para esses setores. Não só o ministro, como vários outros tucanos teriam "rumores"sobre o envolvimento de Ricardo Sérgio na cobrança de propinas durante o processo de privatização da Vale do Rio Doce e das teles. Mas não havia provas.
O tucanato está furioso com o ministro Paulo Renato. De público, Aníbal foi duro com o ministro da Educação. Mas, nos bastidores, outros tucanos falam com crueza ainda maior.
Paulo Renato, que estava em São Paulo, não foi encontrado até as 13h de ontem para comentar a afirmação de Aníbal.
Segundo versão que chegou ao conhecimento do PSDB, depois de ter perdido a indicação para Serra e de não ter conseguido apoio nem para se candidatar ao Senado por São Paulo, Paulo Renato teria dito a interlocutores que se vingaria de Serra.
(RC e KA)


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