São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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PT pede CPI e prepara ação contra pré-candidato

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, José Dirceu, disse que o suposto pedido de comissão feito por Ricardo Sérgio de Oliveira durante a privatização da Companhia Vale do Rio Doce "é um caso de polícia" e defendeu a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o caso.
"O Brasil tem dois instrumentos: um procedimento investigatório do Ministério Público e o Congresso Nacional, que deve fazer uma CPI. É gravíssimo porque envolve ministros e ex-ministros", disse Dirceu. O presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva, não quis comentar o assunto ontem.
Dirceu disse temer que o governo federal dificulte a investigação do caso. "Eu temo que a história fique de novo embaixo do tapete e a história não seja investigada."
O partido prepara uma série de ações para apurar as atividades de Ricardo Sérgio.
A principal é a retomada na coleta de assinaturas para instalação da CPI das Privatizações, desta vez com novo foco. Em vez de apurar o tema de forma genérico, o PT propõe que a investigação se restrinja à atuação da área internacional do BB e do papel dos fundos de pensão nas privatizações.
Aproveitando o racha na antiga base governista, o PT espera convencer parlamentares de PMDB, PFL e PPB a incluir seus nomes no requerimento. Faltam ainda cerca de 30 assinaturas na Câmara e 5 no Senado para reunir o mínimo necessário.
"Pretendemos aprovar uma CPI mista, de imediata instalação. Focar a investigação é o melhor caminho", disse o líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha.
Mas o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) admite que a criação de uma CPI a poucos meses das eleições é muito difícil. "Eu sou cético. Não sei se o Congresso terá disposição para investigar."
Outra ação dos petistas será uma representação na Justiça Eleitoral pedindo a abertura e investigação das contas da campanha de José Serra para o Senado em 1994. Segundo reportagem da "Veja", o atual presidenciável teria recebido, com intermediação de Ricardo Sérgio, o equivalente a R$ 2 milhões do grupo La Fonte, do empresário Carlos Jereissati. O valor não consta da prestação de contas do tucano.
O PT também fará representação no Ministério Público Federal pedindo a investigação das privatizações e da ação de Ricardo Sérgio no processo.
O líder do PPS na Câmara, João Herrmann (SP), disse que o partido não vai propor a criação de CPI. "O PPS vai deixar a lama para o Ministério Público e o Judiciário."


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