São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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PAINEL

Eclipse total
As orelhas de Aloizio Mercadante arderam enquanto conversavam ontem Lula, José Dirceu, Aldo Rebelo e os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, João Paulo Cunha.

Paiol de pólvora
Na conversa, a crise em torno das reeleições de Sarney e João Paulo foi lançada na conta de Mercadante, que reuniu a bancada do PT no Senado para fechar questão contra o projeto e deu combustível para Renan Calheiros fazer o mesmo na Executiva Nacional do PMDB.

Menino-prodígio
Com bom humor, Lula procurou amenizar o bombardeio sobre Mercadante. Disse que isso ocorria por conta da "genialidade" de seu líder no Senado.

Cinco minutos
Sitiado pelas notícias de que Lula apóia as reeleições de Sarney e João Paulo, Renan Calheiros cobrou uma definição do ministro e conterrâneo Aldo Rebelo: ou o Planalto assume que é a favor, ou declara isenção.

Al Qaeda
Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre momento descontraído de Lula em churrasco com parlamentares do PTB ("Um dia acordei invocado e liguei para o Bush"): "Não tem problema. O Bush está acostumado com atentados".

Para ontem
A Casa Civil está promovendo uma varredura nos ministérios. Busca obras para Lula inaugurar. O presidente quer porque quer começar a cortar fitas.

Contagem regressiva 1
Como parte dos preparativos para a ação de tropas do Exército no Rio, encontraram-se na segunda-feira o general Manoel Luís Valdevez de Castro, comandante militar do Leste, e o secretário Anthony Garotinho.

Contagem regressiva 2
No mesmo dia, Lula reuniu em Brasília um grupo de ministros com a mesma agenda. Entre eles, José Viegas (Defesa) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça).

Linha de investigação
A Aeronáutica não descarta a possibilidade de que algum (ns) dos soldados do quartel invadido por bandidos no Rio tenha vínculo com a quadrilha.

Um dia...
Diante do terremoto causado pela entrevista em que lançou dúvidas sobre as chances eleitorais de Marta Suplicy, o secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, pede desculpas por "citações pessoais" contidas no texto.

...depois do outro
Por "citações pessoais", entenda-se especialmente o trecho em que Sílvio Pereira aponta "bate-boca com populares" como fator de desgaste de Marta nas pesquisas. "Não foi minha intenção. Queria discutir idéias."

Tenho dito
Por fim, o secretário-geral petista afirma sua "convicção na vitória da prefeita em outubro". E, apesar do barulho, declara-se em paz com a entrevista. "Não retiro nada do que disse."

Vai que é tua
Um dos simpatizantes da recém-lançada candidatura de Heloísa Helena ao Planalto em 2006 é Ronaldo Lessa (PSB). De olho em uma vaga no Senado ao final de seu mandato, o governador de Alagoas prefere ver a ex-petista correndo em outra faixa.

Tempo fechado
As paredes tremeram na última reunião tucana na Assembléia paulista. Alguns deputados se rebelaram contra a proposta de fechar apoio da bancada a Saulo de Castro Abreu Filho na pré-convenção do dia 16.

Terreno aplainado
Márcio Lopes de Freitas, aliado do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, foi reeleito para mandato de quatro anos à frente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).

TIROTEIO

Do deputado petista Ivan Valente (SP), sobre a proposta do ministro José Dirceu de desvincular o salário mínimo dos benefícios pagos pela Previdência:
-É matar aposentado de fome. Além do mais, vai contra as bandeiras históricas do PT.

CONTRAPONTO

Toque da alvorada

Prefeito de Santos entre 1984 e 1988, o peemedebista Oswaldo Justo, praticante e professor de caratê, manteve o hábito de treinar durante todo seu mandato.
Acordava diariamente às 4h, tomava um chá e ia à aula de caratê, de onde saía para a prefeitura. Nas primeiras semanas da gestão, marcou reuniões diárias com o secretariado às 6h.
Vendo que o rendimento não era satisfatório, resumiu os encontros às segundas-feiras.
Mas o ritmo do prefeito passou a incomodar correligionários, que se queixavam de não ter espaço para tratar de pendências "urgentes".
Justo então criou audiências para recebê-los, sempre às 6h. Em poucos dias a freqüência minguou, até não aparecer mais nenhum correligionário. Aí quem se queixou foi o prefeito:
-Receber eu recebo, mas ninguém quer vir. Se fosse mesmo urgente, viriam às 6h.


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