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Fonteles sugere
que STF negue
liminar pró-CPI
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, enviou ontem parecer ao STF (Supremo
Tribunal Federal) em que reconhece o direito da oposição à instalação da CPI dos Bingos, mas
sugere que os ministros neguem
mandado de segurança que obrigaria o Senado a criá-la.
Fonteles apontou uma razão
técnica para a rejeição do mandado de segurança, movido pelo senador Efraim Morais (PFL-PB)
contra o presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP). Ele disse
que o alvo da ação não poderia ser
Sarney, porque a responsabilidade pela não-indicação dos membros da comissão teria sido dos líderes partidários, não dele.
O julgamento desse processo irá
demorar pelo menos duas semanas. O relator Celso de Mello irá
preparar o seu voto e submetê-lo
aos outros dez ministros.
Se a tese de Fonteles for acolhida, o governo estará livre da interferência do STF nessa questão. O
tribunal julga mandados de segurança contra atos do presidente
da República e dos presidentes da
Câmara e do Senado, entre outras
autoridades, mas não aprecia atos
dos líderes dos partidos.
Em 25 de março, Mello rejeitou
os pedidos de liminar feitos por
cinco senadores do PFL, entre os
quais Efraim Morais, em diferentes mandados de segurança. Relator das ações, ele não considerou
a instalação urgente, mas em sua
decisão indicou a possibilidade de
o plenário do STF vir a obrigar o
Senado a abrir a CPI.
Além dele, pelo menos outros
dois ministros -Marco Aurélio
de Mello e Sepúlveda Pertence-
já se manifestaram a favor da interferência do STF em atividades
do Congresso quando o direito de
minorias estiver ameaçado.
Os pefelistas dizem que Sarney
violou o direito constitucional das
minorias quando se recusou a indicar os nomes que irão compor a
CPI. O governo sustenta que esse
é um assunto interno, no qual o
STF não pode se intrometer.
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