São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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REFORMA AOS PEDAÇOS

MP que regulamenta emenda da Previdência é aprovada

Cobrança de inativo começa no dia 20

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados aprovou no final da noite de ontem a medida provisória que regulamenta pontos da reforma da Previdência votada no Congresso no ano passado. O principal deles é o que estabelece o início, a partir do próximo dia 20, da cobrança de 11% sobre a parcela que exceder R$ 1.440 do benefício de servidores aposentados e pensionistas.
O governo espera arrecadar neste ano cerca de R$ 1 bilhão com a cobrança dos inativos, ponto mais polêmico da reforma. A votação de ontem ocorreu de forma simbólica (sem registro nominal de votos), com as declarações de oposição à proposta principalmente do PFL e do PSDB.
O PFL apresentou emenda tentando derrubar especificamente a cobrança dos inativos, mas foi derrotado por 194 votos a 67. A MP agora será votada no Senado.
Além desse ponto, a MP regulamenta a redução das pensões em 30% sobre o valor que exceder a R$ 2.400. Outro ponto determina que o cálculo das novas aposentadorias será feito pela média salarial desde junho de 94, com reajuste pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Há ainda a determinação para que o reajuste dos funcionários que ingressaram no serviço público após 1999 ocorra em maio.
Integrantes do PFL afirmaram que o relatório aprovado ontem, do deputado José Pimentel (PT-CE), retirou a obrigação de União, Estados e municípios de contribuírem com sua parte para a sustentação do regime previdenciário do funcionalismo.
Pimentel afirmou que a acusação é fantasiosa, dizendo que há artigo determinando que todo o déficit do sistema resultante dos regimes próprios da União, Estados e municípios, são de responsabilidades destes entes.
Segundo ele, o déficit de US$ 250 bilhões tem prazo de pagamento de 70 anos.
Além da medida provisória aprovada ontem, o governo fechou acordo entre Câmara e Senado para a votação da "PEC paralela", emenda complementar em tramitação na Câmara.
Ficou estabelecido que será definido um piso salarial para os governadores referente a 50% do salário de um ministro do STF, o que dá R$ 9.550.
Pimentel também é o relator da proposta paralela. Ele disse que manterá os pontos que amenizam, para o funcionalismo, a entrada em vigor das regras aprovadas no ano passado.


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