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CASO WALDOMIRO
Julgamento no STF foi adiado; tendência é de derrota do governo
4 ministros votam por CPI dos Bingos
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Duas semanas após o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubar a intervenção federal em hospitais municipais do Rio de Janeiro, o governo está na iminência de
sofrer uma nova derrota judicial
que implicará a instalação da CPI
dos Bingos.
Quatro dos 11 ministros do STF
votaram contra a decisão do ex-presidente do Senado José Sarney
(PMDB-AP) de arquivar o requerimento de abertura da CPI, no
início de 2004. O julgamento foi
adiado por pedido de vista do ministro Eros Grau, sem que houvesse algum voto contrário. A tendência é claramente de derrota.
O plenário do STF começou a
apreciar ontem seis mandados de
segurança, movidos por senadores como Pedro Simon (PMDB-RS) e Jefferson Peres (PDT-AM),
que estavam presentes à sessão.
Se instalada, a CPI irá apurar o
funcionamento de casas de bingos e a suspeita de tráfico de influência no governo Lula, particularmente na conduta do ex-assessor da Presidência da República
Waldomiro Diniz.
Os senadores da oposição questionaram a manobra do governo
pela qual Sarney se recusou a instalar a CPI após os líderes dos partidos aliados se negarem a indicar
os nomes que a integrariam.
O principal argumento deles foi
a violação do direito da minoria.
As comissões parlamentares de
inquérito seriam um dos instrumentos para o exercício desse direito. Para a criação delas, a Constituição exige a assinatura do requerimento por um terço dos
congressistas.
Depois do voto de Celso de Mello, o relator, que durou três horas
e meia, houve o pedido de vista de
Grau. Entretanto outros três ministros fizeram questão de antecipar o seu voto: Marco Aurélio de
Mello, Carlos Ayres Britto e Sepúlveda Pertence.
Um quinto membro do tribunal, Gilmar Mendes, queria fazer
o mesmo, mas o presidente do
STF, Nelson Jobim, pediu que ele
deixasse para a sessão em que os
processos voltarão à pauta.
Em outros julgamentos de atos
do Congresso relacionados à não-instalação de CPIs, o tribunal entendeu que se tratava de "interna
corporis", ou seja, assuntos internos, disciplinados exclusivamente por regimento.
Ontem, Mello disse que havia
questões constitucionais em jogo,
confirmou a tese sobre o direito
da minoria ao inquérito parlamentar e votou pela concessão
dos mandados de segurança.
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