São Paulo, sexta-feira, 05 de maio de 2006

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PAINEL

Com procuração
Nas conversas com o PMDB, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) fazem questão de frisar: falam em nome de Lula, que teria se comprometido a montar, caso reeleito, um "governo de coalizão" em que a sigla seria "fundamental".

Ponto de vista
Tarso é explícito ao defender que problemas regionais entre PT e PMDB se subordinem ao projeto da reeleição. "A orientação do presidente é enxergar as regiões segundo a lógica do país, e não o contrário", diz.

Pé na estrada
A ofensiva sobre o PMDB segue na semana que vem. Terça, Berzoini toma café da manhã com Itamar Franco. Tarso conversou com o mineiro ontem.

Acesso restrito
No momento, tudo é motivo para pefelista reclamar da campanha de Geraldo Alckmin. Deputados do partido alegam não ser consultados para nada. O candidato tucano, dizem, só ouve o "Clube do Senado".

Duas frentes
Ao mesmo tempo em que exige neutralidade de Alckmin na disputa para o Senado, o PFL baiano incentiva a candidatura do ex-governador João Durval como forma de dividir os votos de oposição, hoje concentrados no inimigo número um dos carlistas, Antonio Imbassahy.

Tiririm, tiririm, tiririm...
ACM diz ter levado um susto ao receber logo cedo, ontem, um telefonema do Palácio do Planalto. "Pensei em trote, mas era o presidente Renan Calheiros", brinca o senador pefelista.

Mudou de lado
Francisco Campos, operador da máquina petista em São Paulo, abandonou a corrente PT de Luta e de Massas, apoiadora de Marta Suplicy na prévia de domingo, para se juntar ao "centrão" capitaneado pela Articulação, pró-Aloizio Mercadante.

Primeiro balanço
Informações que chegaram à Câmara sobre a Operação Sanguessuga mostram envolvimento de assessores de parlamentares de 12 partidos nas fraudes com emendas para compra de ambulâncias. O campeão é o PP. Por ora, PT, PC do B e PSOL teriam escapado ilesos.

Em busca de rastros
Avisada do envolvimento de um assessor, a deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) mandou fazer varredura em suas emendas pedindo ambulâncias. Achou pelo menos uma, para Paraty.

Lavanderia 1
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que está no Paraguai, marcou reunião com a assessoria jurídica da Casa amanhã para decidir que providências tomar em relação aos parlamentares envolvidos no escândalo das emendas.

Lavanderia 2
A saia-justa para a Câmara pode aumentar caso se confirme uma informação recebida pela direção da Casa: três integrantes da Mesa Diretora estariam entre os investigados pela operação.

Go home
Produtores de Mato Grosso do Sul com terras na Bolívia temem que a próxima iniciativa de Evo Morales seja desapropriar fazendas de estrangeiros no país.

Contra a caneta
Saída jurídica estudada pela Petrobras para questionar a nacionalização das reservas de gás e petróleo: a medida teria de ser adotada por emenda constitucional, e não por decreto.

Bateria fraca
Garibaldi Alves (PMDB-RN) faz barulho a respeito de seu relatório final, mas, na CPI dos Bingos, até oposicionistas renhidos consideram mínimas as chances de o documento ser aprovado com pedido de indiciamento de Paulo Okamotto.

TIROTEIO

Do cientista político Rubens Figueiredo, do Cepac (Centro de Pesquisa, Análise e Comunicação), sobre a absolvição no plenário da Câmara do 10º mensaleiro, Josias Gomes (PT-BA):
-Os deputados insistem em ignorar a opinião pública. O perigo é a opinião pública passar a ignorar os deputados.

CONTRAPONTO

Lição de casa

Na semana passada, Lula participava de evento em Brasília quando parou por alguns minutos numa roda animada da qual participavam o vice, José Alencar, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Descontraído, lembrou que se licenciaria dias depois por conta de uma viagem, e que alguém teria de assumir a Presidência.
-Bem, o Alencar vai comigo. Talvez sobre para você, Renan-, avisou Lula.
O senador, que de fato assumiu o posto ontem pela ausência de Alencar e do seguinte na linha sucessória, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), demonstrou interesse.
Lula, no entanto, não perdeu a oportunidade de cutucar o peemedebista, que faz constantes críticas ao Executivo pelo excesso de medidas provisórias:
-Vou deixar duas ou três para você assinar. Vamos ver se assim o seu discurso muda.


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