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Advogado diz que negou atuar em caso no qual irmão era relator
DA SUCURSAL DO RIO
O advogado Virgílio Medina
admitiu ontem em depoimento, no Rio, ter sido procurado
por Sérgio Luzio e José Eduardo Rebello, intermediários de
bingueiros presos na Operação
Hurricane, para ser consultado
a respeito de "questões relativas a bingo", mas disse ter informado a eles que não poderia
atuar no caso porque seu irmão, o ministro do Superior
Tribunal de Justiça Paulo Medina, era relator do caso.
Virgílio foi denunciado pelo
Ministério Público Federal por
ter supostamente intermediado o pagamento de R$ 600 mil
ao irmão em troca de liminar
favorável à liberação de máquinas caça-níqueis.
O advogado de Virgílio, Renato Tonini, afirmou que a acusação é "ficção", fruto da "fértil
imaginação do MPF e da PF".
"É uma ficção mal redigida e
mal engendrada. A acusação é
obra ficcional", disse Tonini.
Virgílio reconheceu também
ter sido procurado por Jaime
Dias e Evandro da Fonseca
-representantes diretos dos
bingueiros-, mas afirmou ter
apenas discutido quanto poderiam pagar ao advogado a ser
indicado por ele.
Virgílio disse que fica hospedado na casa do irmão ministro
quando vai a Brasília, mas que
não estava na capital federal no
dia do julgamento da liminar
nem no dia seguinte. Afirmou
ter emprestado R$ 440 mil ao
irmão -"acredita" que em
2005, constando da declaração
de imposto de renda de 2006.
Segundo ele, o empréstimo ainda não pago não tem relação
com nenhuma decisão judicial.
Nagib Suaid, apontado como
tesoureiro do contraventor
Aniz Abrahão David, o Anísio,
usou seu direito de ficar calado
e não responder a perguntas.
Sua defesa alegou não ter tido
tempo suficiente para analisar
o processo. O policial federal
Luiz Paulo Dias de Mattos negou ter passado informações à
quadrilha de caça-níqueis.
A Justiça Federal do Rio determinou ontem a transferência dos contraventores Rogério
Andrade e Fernando Iggnácio
para o presídio federal de Campo Grande (MS). Os dois foram
presos em 2006 por integrarem
a máfia dos caça-níqueis.
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