São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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Bispo auxiliar do Rio, d. Dimas é eleito secretário da CNBB

Novo secretário-geral, que vai substituir d. Odilo Scherer, foi escolhido por 192 votos contra 75 de d. Pedro Stringhini

Religioso, considerado de perfil moderado, diz ser lamentável envolvimento de desembargadores e juízes com corrupção


MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM INDAIATUBA

O bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Dimas Lara Barbosa, 51, foi eleito ontem o secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) por 192 votos contra 75 do bispo auxiliar de São Paulo, dom Pedro Stringhini, 53, que ficou em segundo. Ele substituirá d. Odilo Scherer, nomeado arcebispo de São Paulo.
De perfil considerado moderado por alguns bispos, d. Dimas considerou "lamentável" ontem -ao ser questionado durante entrevista- o envolvimento de juízes e desembargadores em casos de corrupção.
"É lamentável quando pessoas que deveriam dar exemplos acabam se envolvendo em falcatruas. Isso vale não só para os juízes, mas para todas as pessoas, a começar pela própria igreja", disse. Afirmou também que pretende acompanhar mais de perto os casos em que religiosos estão ameaçados de morte como no caso do bispo d. Erwin Kräutler, no Pará. Sobre corrupção, afirmou que o que o preocupa é uma certa tendência de algumas pessoas a se acostumarem a este tipo de comportamento criminoso.
Para d. Dimas, a CNBB deveria contribuir mais com a reforma política. Disse que, se for preciso, a entidade pode apresentar oposição ao governo.
Nascido em Boa Esperança (MG) e formado em engenharia mecânica pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), d. Dimas foi eleito secretário-geral apenas na terceira votação. Nas duas anteriores, ele não conseguiu os dois terços de votos para se eleger conforme previsto no estatuto da CNBB.
Além de ter estudado engenharia, cursou filosofia e é doutorado em teologia. Também já foi secretário do Instituto Nacional de Pastoral, na CNBB.
Na próxima semana, os bispos reunidos desde de terça-feira na 45ª Assembléia Geral da CNBB, em Indaiatuba (102 km de São Paulo), vão escolher os presidentes das dez comissões da CNBB.


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