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Bispo auxiliar do Rio, d. Dimas é eleito secretário da CNBB
Novo secretário-geral, que vai substituir d. Odilo Scherer, foi escolhido por 192 votos contra 75 de d. Pedro Stringhini
Religioso, considerado de perfil moderado, diz ser lamentável envolvimento de desembargadores e juízes com corrupção
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM INDAIATUBA
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Dimas Lara Barbosa, 51, foi eleito ontem o secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) por 192 votos contra 75
do bispo auxiliar de São Paulo,
dom Pedro Stringhini, 53, que
ficou em segundo. Ele substituirá d. Odilo Scherer, nomeado arcebispo de São Paulo.
De perfil considerado moderado por alguns bispos, d. Dimas considerou "lamentável"
ontem -ao ser questionado
durante entrevista- o envolvimento de juízes e desembargadores em casos de corrupção.
"É lamentável quando pessoas que deveriam dar exemplos acabam se envolvendo em
falcatruas. Isso vale não só para
os juízes, mas para todas as pessoas, a começar pela própria
igreja", disse. Afirmou também
que pretende acompanhar
mais de perto os casos em que
religiosos estão ameaçados de
morte como no caso do bispo d.
Erwin Kräutler, no Pará. Sobre
corrupção, afirmou que o que o
preocupa é uma certa tendência de algumas pessoas a se
acostumarem a este tipo de
comportamento criminoso.
Para d. Dimas, a CNBB deveria contribuir mais com a reforma política. Disse que, se for
preciso, a entidade pode apresentar oposição ao governo.
Nascido em Boa Esperança
(MG) e formado em engenharia
mecânica pelo ITA (Instituto
Tecnológico da Aeronáutica),
d. Dimas foi eleito secretário-geral apenas na terceira votação. Nas duas anteriores, ele
não conseguiu os dois terços de
votos para se eleger conforme
previsto no estatuto da CNBB.
Além de ter estudado engenharia, cursou filosofia e é doutorado em teologia. Também já
foi secretário do Instituto Nacional de Pastoral, na CNBB.
Na próxima semana, os bispos reunidos desde de terça-feira na 45ª Assembléia Geral
da CNBB, em Indaiatuba (102
km de São Paulo), vão escolher
os presidentes das dez comissões da CNBB.
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