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PMDB e PT aceitam ida de ministro à CPI
Marcelo Castro (PMDB), que preside a comissão, defende convocação de Pires; Marco Maia (PT) não vê "problema algum"
Trinta requerimentos já foram entregues; comissão quer acesso a relatórios do TCU, da PF e da Procuradoria
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre os requerimentos já
entregues por membros da CPI
do Apagão Aéreo à mesa da comissão, a convocação do ministro da Defesa, Waldir Pires, é
uma prioridade. O presidente
da CPI, Marcelo Castro
(PMDB-PI), aprova a idéia e diz
que está impressionado com a
boa vontade da oposição.
"Vejo uma postura construtiva [na oposição], querendo
realmente encontrar a causa do
problema", disse: "Todos nós
queremos aprofundar as questões da crise e por isso a convocação de autoridades é importante. Agora, não podemos nos
perder em questões laterais
que não levam a nada".
O presidente Marcelo Castro, que defendeu a ida de Waldir Pires, é integrante da tropa
governista da Câmara. Seu partido, o PMDB, que até o ano
passado dividia-se entre oposição e governo, conseguiu formar um bloco de apoio ao segundo mandato do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
O relator da CPI, Marco Maia
(PT-RS), também não é contra
a convocação do ministro Waldir Pires: "Não vejo problema
algum em recebermos o ministro e tenho certeza que ele também não verá". Waldir Pires
disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que colaborará
com a comissão caso sua presença seja requisitada.
Pires saiu desgastado do motim dos controladores de vôo,
no final de março, e quase deixou o Ministério da Defesa. O
presidente Lula, porém, preferiu mantê-lo na pasta.
Requerimentos
Até ontem, 30 requerimentos já haviam sido entregues.
Além da convocação de Pires,
os deputados pedem acesso irrestrito a investigações feitas
pelo Tribunal de Contas da
União, Ministério Público e Polícia Federal, além de relatórios
internos de órgãos estatais como Anac e Infraero. "Precisamos nos debruçar nos relatórios já existentes para saber o
que falta de informações e esclarecer determinados pontos", diz Castro.
Os membros da CPI também
pretendem ouvir, já no início
dos trabalhos, o depoimento
dos presidentes das principais
companhias aéreas do país.
"Não podemos convocar os
presidentes, o que podemos fazer é convidá-los",disse. "Realmente o melhor caminho é o de
não utilizar o termo "convocação". Não podemos trabalhar
com a imposição", complementou Marco Maia.
A oposição já encaminhou ao
presidente e relator da CPI um
plano de trabalho: "Os planos
são muito parecidos ao já proposto no dia da instalação". O
deputado Gustavo Fruet
(PSDB-PR) não descarta uma
radicalização. "Nossa primeira
opção é tentar seguir estes três
momentos, mas se os governistas tentarem abafar as investigações, iremos radicalizar".
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