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Oposição vai ao STF para reaver mandatos
PSDB, DEM e PPS pedem que suplentes assumam vagas de parlamentares que mudaram de partido
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os três principais partidos de
oposição ingressaram ontem
no STF (Supremo Tribunal Federal) com mandados de segurança para tentar reaver 23 vagas perdidas na Câmara dos
Deputados com a ida de seus
parlamentares para legendas
da base governista.
PSDB, DEM (ex-PFL) e PPS
-os dois primeiros beneficiários do troca-troca partidário
na época do governo Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002)- usaram como principal argumento a interpretação
adotada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 27 de março segundo a qual os mandatos
pertencem aos partidos e não
aos políticos.
Os mandados de segurança,
que têm pedido de liminar (decisão provisória, que pode valer
até a definitiva), solicitam, na
prática, que o Supremo casse o
mandato daqueles que trocaram de legenda após as eleições
de 2006 e, em seus lugares,
convoque os suplentes.
"É inaceitável que um parlamentar abandone o partido pelo qual foi eleito e carregue consigo o patrimônio eleitoral da
legenda abandonada", diz o
texto do PPS. O presidente da
legenda, Roberto Freire, foi
pessoalmente ao STF protocolar o mandado de segurança.
"A permanência de tal situação está conduzindo o quadro
político brasileiro a um verdadeiro caos", afirma o texto do
PSDB, que foi assinado e entregue pelo advogado José Eduardo Alckmin.
"Estamos confiantes e otimistas em relação à decisão do
Supremo", afirmou a senadora
Kátia Abreu (TO), que protocolou o texto do DEM.
O PSDB (66 deputados eleitos) e o PPS (22 deputados eleitos) perderam oito deputados
cada um para partidos da base
de sustentação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. O
DEM elegeu 65 deputados e
perdeu sete. Até março, 36 deputados federais (do total de
513) tinham trocado de legenda
desde a eleição de 2006.
O destino da maioria dos que
abandonaram o barco oposicionista foi o PR, resultado da
fusão do PL com o Prona, que
responde por 12 dos 23 mandatos "ameaçados". Tendo eleito
25 parlamentares, a legenda
conta hoje com 41.
"Não existe na Constituição a
determinação de perda do
mandato por causa de troca de
partido. Não acredito em uma
decisão baseada em uma coisa
que não existe na Constituição", afirmou o líder da bancada do PR na Câmara, Luciano
Castro (RR).
Antes de ingressarem no Supremo, os oposicionistas haviam pedido ao presidente da
Câmara, o petista Arlindo Chinaglia (SP), que convocasse os
suplentes tendo como base na
interpretação do TSE, mas não
obtiveram sucesso.
Não há data prevista para decisão do STF, que caberá a cada
ministro sorteado para a análise dos casos. O pedido do PPS
foi distribuído para Eros Grau,
o do PSDB, para Celso de Mello,
e o do DEM, para a ministra
Cármen Lúcia.
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