|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PDT cobra Paulinho e teme efeito da crise nas alianças
Executiva do partido se reúne amanhã para ouvir as explicações do deputado
Congressistas temem que associação com suposto esquema de corrupção possa afastar união com outras siglas para eleição
MARIA CLARA CABRAl
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Congressistas do PDT que
vão se reunir amanhã com Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o
Paulinho da Força, dizem que
vão cobrar mais do que negativas sobre o seu suposto envolvimento no esquema de fraude
em empréstimos concedidos
pelo BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social).
Em reunião da Executiva, em
Brasília, deputados e senadores
dizem esperar uma manifestação que refute categoricamente
a participação de Paulinho e
consiga afastar qualquer tipo
de prejuízo eleitoral à sigla.
O líder da bancada na Câmara, deputado Vieira da Cunha
(PDT-RS), disse que vai solicitar cópia dos autos das investigações para que Paulinho possa
dar sua versão. Parlamentares
também esperam que seja
aprovada na reunião a indicação de pedetistas que acompanhem de perto o desdobramento da Operação Santa Tereza,
da Polícia Federal.
Caso fique comprovado qualquer participação de Paulinho,
o partido pode utilizar seu estatuto para aplicar eventuais punições. As penas variam desde
uma repreensão verbal até o
julgamento interno no Conselho de Ética.
"É claro que ele [Paulinho] é
um quadro importante para o
partido, principalmente em
São Paulo, mas o PDT é maior
do que isso, é nacional. Se a coisa não caminhar para um convencimento, teremos que buscar medidas estatutárias. Se ele
não convencer, teremos que
criar uma comissão que acompanhe as investigações, apurar
o envolvimento ético e, se for o
caso, partir para sanções", afirmou o deputado Paulo Rubem
Santiago (PDT-PE).
"Daremos a oportunidade
para que ele possa colocar a situação para o partido, sempre
lembrando que o deputado é
uma liderança nacional, mas
que a questão ética nos incomoda. Não queremos inverter o
ônus da prova, mas queremos
explicações firmes", disse Vieira da Cunha.
Eleições
O partido também se preocupa em não deixar que as acusações contra o presidente da
Força prejudiquem a formação
de alianças para as eleições municipais de outubro.
O PSDB e o PT, no entanto,
que brigam para conseguir o
apoio do PDT e do bloquinho
(PC do B, PSB, PMN) em São
Paulo, dizem que as conversas
continuam, mesmo com as suspeitas que recaem sobre o parlamentar.
O deputado Sílvio Torres
(PSDB-SP), um dos articuladores da campanha do ex-governador Geraldo Alckmin, afirma
que as acusações contra Paulinho por enquanto não interferem na busca pela aliança.
"Sabemos que o bloquinho
busca ter uma candidatura própria em São Paulo, mas o perfil
do PDT é de um partido que interessa ao PSDB se coligar e vai
continuar interessando. Até
porque as alianças são feitas
com os partidos e não com as
pessoas", disse Torres.
Edinho Silva, presidente do
diretório estadual do PT de São
Paulo, também afirma que as
conversas para fechar uma
aliança entre o PDT e Marta
Suplicy continuam.
"Ainda não temos nada que
desabone o PDT e a minha função é manter o espaço de diálogo para prováveis aliados. Acho
que as acusações contra Paulinho não prejudicam em nada,
mesmo porque ainda não temos nem um inquérito concluído", afirmou.
O deputado Paulinho tem falado, desde que seu nome apareceu associado ao suposto esquema de desvio de recursos do
BNDES, que não foi informado
oficialmente de nenhuma suspeita levantada pela PF e que só
tem recebido informações pela
imprensa. Na semana passada,
o juiz substituto Márcio Ferro
Catapani, da 2ª Vara Federal de
São Paulo, determinou envio
de cópia integral do caso ao Supremo Tribunal Federal e ao
Tribunal Regional Federal para
que seja apurada eventual participação de Paulinho no caso.
Por ser deputado, Paulinho
tem foro privilegiado.
Texto Anterior: Construtoras rebatem suspeitas do TCU Próximo Texto: Nome de prefeito vira questão em concurso Índice
|