São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

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PSC desiste de reunião com Dilma e fecha com tucanos

Com aliança, Serra terá 18 segundos a mais na propaganda eleitoral no rádio e na TV

Em almoço com Dilma, dirigentes do PP disseram que o partido tende a se manter neutro e liberar as negociações regionais


ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, ganhou ontem o apoio formal do PSC, o que lhe garantirá cerca de 18 segundos a mais na propaganda eleitoral de rádio e TV.
A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, havia convidado os dirigentes do partido para uma conversa ontem, mas à tarde, após reunião da Executiva, o PSC decidiu nem ouvi-la.
O partido apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso e esteve ao seu lado na campanha de 2006.
A Folha apurou que a legenda mudou de lado por avaliar que Dilma não controla o PT, diferentemente de Lula. E que, em um eventual governo dela, medidas como as previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos teriam mais chances de sobreviver.
O programa, que previa inicialmente a legalização do aborto e a união e adoção por homossexuais, assustou os conservadores do partido.
O presidente do PSC, Everaldo Pereira, é pastor da Assembleia de Deus no Rio. Há outros dirigentes ligados à Igreja Católica, como o líder do partido na Câmara, Hugo Leal (RJ).
"Nós tínhamos um encontro marcado com Dilma, mas achamos que não era conveniente gastar tempo dela. Acreditamos que efetivamente o Brasil pode avançar mais com Serra", disse Pereira, já incorporando o slogan do tucano, que diz: "O Brasil pode mais".
Serra já tinha o apoio formal de PSDB, DEM e PPS, o que lhe assegurava 5min37s de propaganda eleitoral, segundo levantamento feito pela Folha.
Dilma fechou até agora com PT, PMDB, PDT, PR, PC do B e PRB, o que dá a ela 8min16s dos 25 minutos. Com o apoio do PSC, Serra terá agora 5min55s.
O PP tende a ficar neutro, liberando seus filiados nos Estados a apoiar o candidato que for mais conveniente em sua região. Esse foi o recado que a direção do partido transmitiu reservadamente a Dilma, em um almoço ontem, no seu escritório de campanha.


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