CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem esconder a insatisfação com o desempenho da base, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem de seus articuladores a inclusão da reforma tributária na agenda do Congresso, aplacando a CPI. Numa roda de deputados, questionou os aliados por não conseguirem mudar a pauta na Casa.
"A reforma tributária tem que entrar na Câmara. Por que não se coloca?", perguntou, enquanto o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), explicava que a reforma é polêmica.
Num discurso em Diadema, Lula admitiu seu desconforto com a idéia de crise e prometeu apagar a imagem de paralisia. "Tem dia que leio uma manchete de jornal, tenho vontade de me enterrar, porque acabou o Brasil. Então, eu vou desfazer isso", disse ele, endereçando o recado "aos que acordam azedos".
Numa conversa com o amigo sindicalista Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), Lula concordou que é necessário apurar logo para preservar o governo. Segundo Vicentinho, Lula afirmou: "Quero que apure o mais rápido possível. Mas não posso atropelar a lei. Não podemos atropelar nem atrapalhar".
Chinaglia comentou a reportagem da revista Época, segundo a qual um sorveteiro é "laranja" do presidente do PTB, Roberto Jefferson, em duas rádios no Rio. "O sorveteiro vai ter oportunidade de provar. Temos que circunscrever a denúncia aos envolvidos no caso. Não o governo todo".

Texto Anterior: Rumo a 2006: Em cerimônia com ar eleitoral, Lula critica Alckmin e o PSDB
Próximo Texto: Datafolha: Aprovação a Lula cai 10 pontos em 5 meses
Índice