São Paulo, domingo, 05 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUMO A 2006

Petista cita números de criação de empregos

Em cerimônia com ar eleitoral, Lula critica Alckmin e o PSDB

CATIA SEABRA
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa cerimônia com ares de campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou ontem o PSDB e respondeu ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que costuma repetir que o crescimento econômico do Estado é maior do que no país. Em Diadema para a cerimônia de entrega de 300 apartamentos do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), Lula calculou em 1 milhão os empregos gerados em São Paulo. E alfinetou:
"Estou dizendo isso porque agora todo mundo fala "o Estado - de Alagoas, de Sergipe, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas - está crescendo, é virtude do governo estadual". Mas, se é virtude, por que é que não cresceram nos oito anos do governo anterior? Por que é que não gerou os empregos no governo anterior?"
Segundo um petista que o acompanhava, Lula citou os demais governadores. Mas seu destinatário era mesmo Alckmin, criticado pouco antes pelo prefeito de Diadema, José de Fillipi (PT).
Mais uma vez, Lula afirmou ter criado 11 vezes mais empregos que a média mensal do governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a média mensal do governo anterior foi de 8.000. "Nos últimos 12 meses, ao invés de 8.000, nós criamos 127 mil empregos por mês", disse Lula, estimando em 91 mil empregos a média mensal dos dois últimos anos.
Falando para beneficiários do programa habitacional e do Bolsa-Família - maior parte levada de ônibus cedido pela prefeitura - Lula lembrou que vivia numa casa de 33 metros2 em 1976 (os imóveis entregues ontem são de 47 metros2, a R$ 280 mensais por 15 anos), e descreveu seu governo como mais comprometido com "a parte pobre da população".
"Eles, no dia em que deixaram o governo, foram para as universidades ou foram para o exterior. Eu sou obrigado a voltar para São Bernardo do Campo, morar a 600 metros do sindicato, para o [Luiz] Marinho [presidente da CUT] ficar me aporrinhando."
Lula comparou o Real com pacotes econômicos fracassados, como os planos Collor e Cruzado. "Quem não está lembrado do seqüestro da poupança? Quem não está lembrado da polícia federal, correndo atrás de gado, em 86, por causa do Plano Cruzado? Quem não está lembrado da publicidade do Plano Real? E o que aconteceu depois? O prejuízo ficou para quem? Ficou para a classe trabalhadora, que teve o maior desemprego da história."
Também em Santo André, no ABC paulista, Lula fez um discurso carregado de citações a ações voltadas aos pobres. Ele destacou, ainda, a "agenda positiva" que quer ver seus aliados defenderem.
O presidente reconheceu que a política adotada por seu governo "muitas vezes é criticada e, às vezes, até com razão", mas ressaltou que "foi essa política econômica que deu credibilidade ao país".
Em uma parede do ginásio onde o evento foi realizado, um cartaz lembrava as eleições: "Quero um Brasil decente, Lula presidente".

Texto Anterior: Mídia: São Paulo sediará em 2006 encontro de ombudsmans
Próximo Texto: Lula quer reforma tributária na agenda
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.