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RUMO A 2006
Petista cita números de criação de empregos
Em cerimônia com ar eleitoral, Lula critica Alckmin e o PSDB
CATIA SEABRA
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa cerimônia com ares de
campanha eleitoral, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva atacou
ontem o PSDB e respondeu ao governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), que costuma repetir que o crescimento econômico do Estado é maior do que no
país. Em Diadema para a cerimônia de entrega de 300 apartamentos do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), Lula calculou em 1 milhão os empregos gerados em São Paulo. E alfinetou:
"Estou dizendo isso porque
agora todo mundo fala "o Estado
- de Alagoas, de Sergipe, do Rio
de Janeiro, de São Paulo, de Minas
- está crescendo, é virtude do
governo estadual". Mas, se é virtude, por que é que não cresceram
nos oito anos do governo anterior? Por que é que não gerou os
empregos no governo anterior?"
Segundo um petista que o
acompanhava, Lula citou os demais governadores. Mas seu destinatário era mesmo Alckmin, criticado pouco antes pelo prefeito
de Diadema, José de Fillipi (PT).
Mais uma vez, Lula afirmou ter
criado 11 vezes mais empregos
que a média mensal do governo
Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a média mensal do governo anterior foi de 8.000. "Nos
últimos 12 meses, ao invés de
8.000, nós criamos 127 mil empregos por mês", disse Lula, estimando em 91 mil empregos a média
mensal dos dois últimos anos.
Falando para beneficiários do
programa habitacional e do Bolsa-Família - maior parte levada
de ônibus cedido pela prefeitura
- Lula lembrou que vivia numa
casa de 33 metros2 em 1976 (os
imóveis entregues ontem são de
47 metros2, a R$ 280 mensais por
15 anos), e descreveu seu governo
como mais comprometido com
"a parte pobre da população".
"Eles, no dia em que deixaram o
governo, foram para as universidades ou foram para o exterior.
Eu sou obrigado a voltar para São
Bernardo do Campo, morar a 600
metros do sindicato, para o [Luiz]
Marinho [presidente da CUT] ficar me aporrinhando."
Lula comparou o Real com pacotes econômicos fracassados,
como os planos Collor e Cruzado.
"Quem não está lembrado do seqüestro da poupança? Quem não
está lembrado da polícia federal,
correndo atrás de gado, em 86,
por causa do Plano Cruzado?
Quem não está lembrado da publicidade do Plano Real? E o que
aconteceu depois? O prejuízo ficou para quem? Ficou para a classe trabalhadora, que teve o maior
desemprego da história."
Também em Santo André, no
ABC paulista, Lula fez um discurso carregado de citações a ações
voltadas aos pobres. Ele destacou,
ainda, a "agenda positiva" que
quer ver seus aliados defenderem.
O presidente reconheceu que a
política adotada por seu governo
"muitas vezes é criticada e, às vezes, até com razão", mas ressaltou
que "foi essa política econômica
que deu credibilidade ao país".
Em uma parede do ginásio onde
o evento foi realizado, um cartaz
lembrava as eleições: "Quero um
Brasil decente, Lula presidente".
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