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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
O lobista e a ministra
O lobista Sérgio Sá, preso na Operação Navalha sob
a acusação de traficar influência em nome da empreiteira Gautama no Ministério de Minas e Energia, esteve pelo menos uma vez no Palácio do Planalto, onde
se reuniu com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Foi no dia 6 de abril de 2006, quando participou
de audiência de diretores de outra empresa para a
qual presta serviços, a Engevix, com Dilma.
Segundo o senador João Ribeiro (PR-TO), responsável pelo agendamento, foi Sérgio Sá quem lhe pediu
que marcasse a reunião, para que a Engevix mostrasse
a Dilma o novo projeto da usina hidrelétrica de Santa
Isabel, no rio Araguaia. "Apresentamos, ela achou
bom e disse que iria encaminhar", conta Ribeiro.
Micada. A Engevix fez o
projeto da Santa Isabel, que
teve o licenciamento negado
duas vezes pelo Ibama. Na opção apresentada a Dilma, a capacidade de geração seria reduzida de 1.087 megawatts
para metade disso. Mesmo assim, a licença ainda não saiu.
Show do milhão. Larry
Flynt, o célebre dono da revista pornô "Hustler", publicou
anúncio de página inteira no
"Washington Post" de domingo oferecendo US$ 1 milhão a
quem relatar -em detalhes e
com provas- ter vivido caso
extraconjugal com algum político. Em Brasília, diz uma
voz experiente, R$ 10 mil seriam suficientes para formar
fila na praça dos Três Poderes.
Psiu. Berço das operações
Navalha e Octopus, a Bahia vive um silêncio cauteloso que
atinge todos os partidos. Teme-se nova onda de prisões
focada no chamado G8, grupo
de empresas que domina os
contratos no Estado.
Lá e cá. Se na Câmara a
bancada baiana do DEM se
recusa a assinar a CPI da Navalha, na Assembléia os carlistas pressionam o governador Jaques Wagner (PT) a
afastar o secretário Paulo Bezerra, flagrado na Octopus.
Outro lado. O TCU argumenta que suas recém-adquiridas TVs de plasma são instrumento de trabalho dos ministros do tribunal, que com
freqüência recebem material
em DVD para analisar. A compra dos aparelhos foi feita por
meio de pregão eletrônico.
Assim não. Um grupo de
petistas tentará esvaziar reunião sobre reforma política no
dia 14. "A Executiva não tem
competência para fechar
questão. Quem faz isso é o Diretório Nacional", afirma
Cândido Vaccarezza (PT-SP),
contrário ao voto em lista.
Calouro. Chamado a substituir Ricardo Berzoini, que estava doente, no comando de
reunião do PT ontem, Jilmar
Tatto deu sinais de algum nervosismo, que os colegas procuraram combater aplaudindo o deputado efusivamente.
Pai da criança. Por aqui
com Suely Vilela, tucanos do
governo Serra fazem questão
de lembrar o nome do correligionário que mais insistiu
com Geraldo Alckmin para
nomeá-la, em novembro de
2005, reitora da USP: Duarte
Nogueira, então deputado estadual e hoje federal.
Paradona. A atual legislatura da Assembléia paulista já
se aproxima do terceiro mês
sem que os cargos nas comissões permanentes da Casa tenham sido completamente
ocupados. Pelo menos 15 pedidos de CPI já foram engavetados com a ajuda do governo.
Preço. Deputado e presidente do PDT-SP, Paulo Pereira
da Silva ameaça retirar apoio
ao prefeito Gilberto Kassab
(DEM) por causa do fechamento de bingos. O partido de
Paulinho comanda a subprefeitura de Itaim Paulista e a
Secretaria do Trabalho.
Visita à Folha. José Antônio Toffoli, advogado-geral
da União, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado
de Francis Bicca, coordenador-geral de gabinete, e de
Adão Paulo, assessor especial.
Tiroteio
"Alckmin se desconectou. Enquanto bate em
Lula, o PSDB dialoga. Talvez isso explique a
baixa audiência de sua festa de chegada".
Do deputado PAULO TEIXEIRA (PT-SP) sobre as críticas
ao governo feitas pelo candidato à Presidência derrotado em
2006 ao retornar de um período de estudos nos EUA.
Contraponto
Devagar com o andor
No sábado, filiados do PSOL se reuniram em uma favela
na Penha, no Rio, para discutir teses do 1º Congresso do
partido, marcado para o próximo fim de semana. Encerrados os debates, o coordenador do grupo, Diquinho, um
velho militante da esquerda, pediu a palavra:
-Chegou a hora de tirar os delegados, companheirada!-, afirmou, referindo-se aos representantes da sigla
que ganhariam direito de votar no congresso.
Um jovem estreante na vida partidária interveio:
-Olha, tudo bem que a gente quer mudar as coisas,
mas, no meio desta crise na segurança pública, não vai
dar certo sair por aí tirando delegados...
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