São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007

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memória

Suspeita sobre Vavá remonta ao 1º mandato

DA REDAÇÃO

Em outubro de 2005, em pleno escândalo do "mensalão", Genival Inácio da Silva, o Vavá, um dos irmãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi acusado de ter aberto um escritório em um prédio comercial de São Bernardo do Campo para intermediar demandas de empresários junto ao setor público.
Ex-metalúrgico e funcionário aposentado da prefeitura de São Bernardo, Vavá teria aberto o escritório no início de 2005. Lá trabalhavam o advogado Emmanuel Quirino dos Santos, sua ex-mulher e uma secretária. O advogado disse que Vavá usava o local para contatos.
Na época, o irmão de Lula confirmou à revista "Veja" que encaminhava pedidos de empresários, mas que nada recebeu. Em nota, o Planalto disse que Lula "nunca teve conhecimento da existência de um escritório" do irmão e que nenhuma das "possíveis gestões" feitas por ele junto ao governo "teve qualquer aceitação por parte dos funcionários procurados".
Vavá disse que obteve audiência com César Alvarez, assessor da Presidência, a pedido da Federação Brasileira de Hospitais, para renegociar dívida de R$ 580 milhões com a União. Alvarez afirmou que encontrou os membros da federação no mezanino do Palácio, mas que não os recebeu.
Vavá intermediou audiência do empresário Emídio Mendes, do Riviera Group, com o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. O Planalto disse que Carvalho teria tido breve conversa com Vavá e Mendes em pé, na porta de seu gabinete, em 22 de setembro, pois a audiência não estava marcada. Mendes entregou proposta de parceria com a Petrobras.
Vavá e Mendes também foram à sede da Petrobras, no Rio, em 29 de setembro, para discutir um acordo para distribuição de álcool combustível em Portugal. A estatal disse que Vavá não participou da reunião: "Que lobby poderia existir, se não existiu nada?", disse o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.
Ainda em outubro, o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, encaminhou o pedido de investigação contra Vavá a São Bernardo, por entender que não havia envolvimento de Lula. A CPI dos Bingos aprovou sua convocação, mas não o chamou: "No meio de tanta acusação, o que tem contra ele são coisas menores", disse o senador José Jorge.


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