São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Afasta de mim

O clima na base aliada diante da perspectiva de chegada ao Senado da proposta que cria a CSS é de desânimo. Líderes governistas culpam a bancada do PT na Câmara pela ressurreição da CPMF. Acham que o assunto dará palanque à oposição, que andava apagada.
Embora desta vez sejam necessários menos votos do que em dezembro passado, pois não se trata de emenda constitucional, a conta dos líderes não é das mais otimistas. Dos 45 senadores que votaram a favor da prorrogação da CPMF, pelo menos seis já manifestaram restrições ao novo imposto: Renato Casagrande (PSB-ES), Osmar Dias (PDT-PR), Gerson Camata (PMDB-ES), Patrícia Saboya (PDT-CE), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Flávio Arns (PT-PR).

Fato novo. Oposicionistas que integraram a finada CPI do Apagão Aéreo lembram que, em depoimento no dia 23 de agosto de 2007, a ex-diretora da Anac Denise Abreu nada disse sobre pressões para facilitar a venda da Varig, que ela agora atribui à ministra Dilma Rousseff.

Estrela. Alvo mais imediato de Denise, Dilma tem participação de destaque no programa de seu partido que vai ao ar hoje. A mãe do PAC apresentas as obras e diz: "O PT tem tudo a ver com isso".

Aquecimento. Além de Dilma, ganharam espaço no programa os dois ministros que acabaram de sair para disputar prefeituras: Marta Suplicy e Luiz Marinho.

Letras 1. Tucanos remanescentes do governo Covas, que não demoraram para identificar Robson Marinho por trás de "RM", apostam que "CM", iniciais que também constam da investigação sobre a Alstom, seriam de Antonio Carlos Rizeque Malufe, conhecido como Malufinho.

Letras 2. Malufinho era secretário particular de Covas à época em que Marinho, agora conselheiro do TCE, chefiava a Casa Civil do governo paulista. Os dois eram muito próximos. Malufinho hoje trabalha na prefeitura paulistana, fazendo a articulação entre o Executivo e os vereadores.

Lupa. Técnicos do PT na Assembléia que vasculham os contratos da Alstom com o Metrô apontam falha na documentação de 22 de março de 1994, relativa à aquisição de equipamentos para o Centro de Controle Operacional. Na cláusula 3ª, não há prazo para conclusão das obras, o que teria aberto caminho para sucessivos aditivos que triplicaram o valor do contrato.

Em alta. Desde setembro, cresceu 44% o número de inquéritos e ações penais abertos contra deputados federais e senadores. Eram 195 e passaram a 281, segundo levantamento a ser divulgado hoje pelo site Congresso em Foco.

Campeão. No topo do ranking está o deputado e ex-governador de Roraima Neudo Campos (PP), com sete ações e dez inquéritos. Em segundo, aparece o deputado Abelardo Camarinha (PSB-SP), com 12. Ele é suplente do "bloquinho" no Conselho de Ética.

Prioridades 1. O relator do caso Paulinho (PDT-SP) no Conselho de Ética da Câmara, Paulo Piau (PMDB-MG), queria presidir o colegiado para divulgar o projeto "O Peixe e a Arte de Pescar", sobre ética pessoal e empresarial, patrocinado pelo Rotary Clube, do qual é sócio.

Prioridades 2. Piau quer que o Conselho abrace o projeto do Rotary. Sérgio Moraes (PTB-RS), que ganhou a presidência, prometeu ajuda ao colega -e levou isso em conta ao nomeá-lo para relatar o caso mais rumoroso em pauta.

Tem mais. O parecer do corregedor da Alerj, Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), vai se limitar a pedir a cassação de Álvaro Lins (PMDB), mas o tucano diz que as investigações das operações Segurança Pública S/A e Gladiator, somadas, indicam envolvimento de outros deputados.

Tiroteio

Lobo, como presidente do PSDB municipal, é mais ingênuo do que Chapeuzinho Vermelho.


De WALTER FELDMAN sobre José Henrique Reis Lobo, que, segundo o secretário paulistano dos Esportes, "inventou a social-democracia festiva" ao recomendar a retirada de assinaturas do documento que defende levar a proposta de aliança com Gilberto Kassab (DEM) a voto na convenção tucana.

Contraponto

Escolada

Ao receber ontem no Palácio do Planalto Marta Suplicy, que acaba de deixar a Esplanada, Lula desejou boa sorte e perguntou se a correligionária estava animada para enfrentar a campanha à Prefeitura de São Paulo. Ela disse que sim e aproveitou para agradecer a oportunidade de ser ministra do Turismo, porque a função lhe permitiu "conhecer por dentro" a máquina federal.
Ao final do encontro, o presidente chamou Dilma Rousseff (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda) para se despedirem de Marta, que foi logo avisando:
-Me aguardem. Agora que sei como funciona, não vou dar sossego a vocês com meus pedidos para São Paulo!


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