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Marina afirma que saída foi gesto para evitar "retrocesso'
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em seu primeiro discurso no
Senado após deixar o governo,
no mês passado, a senadora e
ex-ministra do Meio Ambiente
Marina Silva (PT-AC) disse que
decidiu sair "no momento em
que o acolhimento [do governo
Lula]" já não lhe dava condições de continuar "operando
uma agenda complexa". A petista foi aplaudida inclusive por
senadores da oposição.
Segundo Marina, sua saída
"foi um gesto" para evitar qualquer "tipo de retrocesso em relação às importantes conquistas", e completou: "A causa é
maior que o cargo, que está a
serviço da causa". Ela, contudo,
se disse honrada de ter trabalhado com o presidente Lula e
afirmou que Carlos Minc, seu
sucessor, é "pessoa da agenda".
Marina citou o licenciamento das hidrelétricas do complexo do rio Madeira (RO). O atraso na liberação a fez entrar em
colisão com a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil). "[A obra]
jamais teria sido licenciada se
não tivéssemos resolvido os
problemas do mercúrio, das
malárias e dos bagres, que alguns ridicularizavam, dizendo
que estávamos preocupados
com os bagres em lugar de nos
preocuparmos com a energia."
Ela espetou o governador
Blairo Maggi (MT-PR), crítico
de seu trabalho no Meio Ambiente. "Erro é combater o que
está funcionando, combater o
combate ao ilegal", afirmou.
(LUCAS FERRAZ)
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