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Aumentam homicídios de jovens do sexo masculino e mortes no trânsito
Dados do IBGE mostram também que condições de vida e de moradia melhoraram
DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
De todas as questões sociais
implicadas no desenvolvimento sustentável, apenas duas tiveram um retrocesso: aumentaram o número de homicídios
especialmente de jovens do sexo masculino e as mortes no
trânsito. Ainda que lentamente, as condições de vida e de
moradia melhoraram, segundo
os "Indicadores de Desenvolvimento Sustentável" do IBGE.
Segundo o instituto, as mortes por causas violentas, que
afetam a qualidade de vida da
população, subiram em 7,7
ocorrências por 100 mil habitantes entre 1992 e 2004.
O problema é ainda mais grave na região Sudeste, que, em
2004, apresentou a maior taxa
de mortes por homicídios, 32,3
por 100 mil habitantes, mais
elevada que a média do país
(26,9 por 100 mil).
O fenômeno atinge quase
que exclusivamente os homens, principalmente os mais
jovens. A taxa entre pessoas do
sexo masculino era de 35,6 por
100 mil. No caso das mulheres,
se situava em 3,2 por 100 mil.
Esses percentuais saltaram para 50,5 e 4,2, respectivamente.
Em 2004, as maiores taxas
eram as de Rio de Janeiro
(50,8), Pernambuco (50,1) e Espírito Santo (48,3).
Os acidentes de trânsito são
outro problema que cresce
mundialmente e afeta mais os
pobres -os homens também
eram as principais vítimas. A
taxa masculina estava em 32,6
mortes por 100 mil habitantes,
contra 7,2 de mulheres.
Esses dados destoam da tendência de melhora dos demais
indicadores sociais. Segundo o
IBGE, 54% dos domicílios brasileiros tinham condições adequadas em 2006 -ou seja, ligação às redes de água e esgoto, lixo coletado e até dois moradores por domicílio.
Pelos dados coletados pelo
instituto, escolaridades, saneamento, abastecimento de água,
mortalidade infantil, esperança
de vida e indicadores de saúde
evoluíram favoravelmente nos
últimos anos, embora ainda
exista muito a ser feito.
Pobreza e reciclagem
O que seria um bom sinal esconde uma mazela social: o país
é recordista em reciclagem somente porque recruta um exército de catadores na pobreza
que atinge especialmente os
grandes centros urbanos -e
não porque há uma avanço na
coleta seletiva de lixo.
O Brasil recicla 94,4% das latas de alumínio e 45% a 50%
dos demais materiais (latas aço,
papelão, PET, entre outros).
Segundo Judicael Clevelário
Júnior, do IBGE, reciclar é positivo, mas desde que venha
acompanhado de um aumento
da coleta seletiva do lixo. Isso
não ocorre no país, onde há
"um exército de catadores".
Segundo o IBGE, o esforço do
governo para promover o desenvolvimento sustentável é
incipiente. O valor gasto com
pesquisa e desenvolvimento
não chega a 1% do PIB.
"O Brasil precisa pensar mais
seriamente em iniciar o caminho na direção do desenvolvimento sustentável o mais rápido possível. Entre outras coisas, precisa entender que o PIB
não serve para medir o desenvolvimento sustentável, pois
ele não mede a diminuição dos
recursos naturais do país nem a
degradação ambiental que se
está fazendo para atingir aquele número", disse Haroldo Mattos de Lemos, diretor do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente no
Brasil).
(PS e MT)
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