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Justiça quebra sigilos de firmas da Universal
Advogado da igreja nega lavagem de dinheiro e diz que suspeitos e as duas empresas da Iurd estão regulares na Receita
Ministério Público suspeita que dinheiro dos fiéis era lavado em paraíso fiscal; STF proibiu a revelação de dados do senador Marcelo Crivella
AFONSO BENITES
DA REDAÇÃO
Duas empresas da Igreja
Universal do Reino de Deus e
sete pessoas vistas como lideranças na instituição tiveram
os sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça de São Paulo. A decisão se refere a um processo movido pelo Ministério
Público que investiga os suspeitos por lavagem de dinheiro.
Baseados em movimentações financeiras registradas pelo Coaf (Conselho de Controle
da Atividade Financeira), promotores do Gaerco (Grupos de
Atuação Especial Regional de
Prevenção e Repressão ao Crime Organizado ) suspeitam que
líderes da Universal estariam
enviando recursos doados por
fiéis para as "offshores" Cableinvest Limited e Investholding Limited, localizadas nas
Ilhas Cayman.
Conforme a suspeita, o dinheiro era repatriado ao Brasil
por intermédio das empresas
Cremo Empreendimentos S/A
e Unimetro Empreendimentos
S/A, ambas da Universal.
A notícia foi veiculada no jornal "O Estado de S. Paulo".
A Folha apurou que três políticos tiveram os sigilos quebrados: o vereador em Petrópolis (RJ) Claudemir Mendonça de Andrade (PSDB), o ex-vereador no Rio Waldir Abrão e o
ex-secretário municipal de Esportes de São Paulo, Márcio de
Lima Araújo. David Noguchi
Quinderé, José Antônio Alves
Xavier e Álvaro Stievano Júnior também terão os dados revelados à Justiça.
O Judiciário autorizou ainda
a quebra de sigilo do vereador
carioca João Monteiro de Castro, assassinado em 2004.
Os promotores pediram
acesso às informações fiscais
do senador Marcelo Crivella
(PRB-RJ), por suspeita de envolvimento com a Cableinvest
Limited. Porém, por ele ter foro privilegiado, o STF (Supremo Tribunal Federal) teria que
autorizar. O que não ocorreu.
O processo de lavagem de dinheiro está no Departamento
de Inquéritos Policiais da Capital e corre sob segredo judicial.
Outro lado
O advogado dos suspeitos e
das duas empresas da Universal, Arthur Lavigne, negou a
acusação. Por telefone, ele disse que uma fiscalização da Receita Federal mostrou que uma
das empresas está regular. "A
Receita já esteve em uma delas
e não encontrou nada errado. A
outra está sendo investigada
neste momento", falou.
Lavigne relatou que vai apresentar ao Judiciário os dados
fiscais de seus clientes para
tentar provar a inocência deles.
"A Justiça vai ver que toda a
movimentação foi declarada no
Imposto de Renda de cada um e
que tudo está correto."
De acordo com o advogado, o
processo movido pelo Ministério Público de São Paulo é similar ao que as mesmas pessoas já
respondem no Rio pela compra
da Rede Record. "Estamos
mostrando que em nenhum deles há irregularidades", acrescentou Lavigne.
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