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Deputado Álvaro Lins terá cassação pedida no Rio
Ex-chefe da Polícia Civil negou chefiar esquema de corrupção
DA SUCURSAL DO RIO
O deputado estadual Álvaro
Lins (PMDB) negou ontem na
Corregedoria da Assembléia
Legislativa comandar esquema
de proteção a contraventores e
fazer lavagem de dinheiro, mas
não convenceu os responsáveis
pelo relatório. O corregedor
Luiz Paulo Corrêa da Rocha
(PSDB) vai pedir sua cassação
por quebra de decoro parlamentar na segunda-feira.
Lins apareceu em público pela primeira vez ontem, desde
sua prisão, na quinta. O deputado disse que as denúncias são
"ilações" de inimigos. Sério e
aparentando contrariedade, ele
não concedeu entrevista. Seu
advogado, Ubiratan Guedes,
pediu à corregedoria que a sessão fosse adiada por 72 horas,
para ter mais tempo de analisar
o caso, o que não foi aceito.
Segundo o corregedor, o ex-chefe da Polícia Civil manteve-se calmo, respondeu a todas as
perguntas que lhe foram feitas
pela corregedoria, mas se recusou a falar quando indagado pela deputada Cidinha Campos
(PDT), que não integra o órgão.
Para ela, a corregedoria só fez
perguntas "papai-e-mamãe".
Lins negou que todos os imóveis apontados pela investigação da Polícia Federal e da Procuradoria Regional da República lhe pertençam -admitiu ser
dono apenas de dois apartamentos em Barra Mansa. Para
Corrêa da Rocha, ele não apresentou "argumentos convincentes que desestruturassem a
denúncia". "Nossa decisão está
tomada. Minha convicção é que
nada se alterou. O relatório será
pela quebra do decoro", disse.
Sete pessoas citadas -três
delas denunciadas- pelo Procuradoria estavam nomeadas
na Alerj ou em seu gabinete.
Duas já foram exoneradas.
A corregedoria não ouvirá
outro depoimento e se baseará
na denúncia do Ministério Público Federal para pedir a cassação. O presidente da Alerj,
Jorge Picciani (PMDB), disse
que enviará o documento para
o Conselho de Ética, que deve
dar urgência ao caso. Só então o
plenário da Casa decidirá, em
voto secreto, sobre a cassação.
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