São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Deputado Álvaro Lins terá cassação pedida no Rio

Ex-chefe da Polícia Civil negou chefiar esquema de corrupção

DA SUCURSAL DO RIO

O deputado estadual Álvaro Lins (PMDB) negou ontem na Corregedoria da Assembléia Legislativa comandar esquema de proteção a contraventores e fazer lavagem de dinheiro, mas não convenceu os responsáveis pelo relatório. O corregedor Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) vai pedir sua cassação por quebra de decoro parlamentar na segunda-feira.
Lins apareceu em público pela primeira vez ontem, desde sua prisão, na quinta. O deputado disse que as denúncias são "ilações" de inimigos. Sério e aparentando contrariedade, ele não concedeu entrevista. Seu advogado, Ubiratan Guedes, pediu à corregedoria que a sessão fosse adiada por 72 horas, para ter mais tempo de analisar o caso, o que não foi aceito.
Segundo o corregedor, o ex-chefe da Polícia Civil manteve-se calmo, respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas pela corregedoria, mas se recusou a falar quando indagado pela deputada Cidinha Campos (PDT), que não integra o órgão. Para ela, a corregedoria só fez perguntas "papai-e-mamãe".
Lins negou que todos os imóveis apontados pela investigação da Polícia Federal e da Procuradoria Regional da República lhe pertençam -admitiu ser dono apenas de dois apartamentos em Barra Mansa. Para Corrêa da Rocha, ele não apresentou "argumentos convincentes que desestruturassem a denúncia". "Nossa decisão está tomada. Minha convicção é que nada se alterou. O relatório será pela quebra do decoro", disse.
Sete pessoas citadas -três delas denunciadas- pelo Procuradoria estavam nomeadas na Alerj ou em seu gabinete. Duas já foram exoneradas.
A corregedoria não ouvirá outro depoimento e se baseará na denúncia do Ministério Público Federal para pedir a cassação. O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), disse que enviará o documento para o Conselho de Ética, que deve dar urgência ao caso. Só então o plenário da Casa decidirá, em voto secreto, sobre a cassação.


Texto Anterior: Secretário deixa cargo e diz que irá atuar por aliança
Próximo Texto: Gerente de boate confirma ter pago despesas de investigados pela PF
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.