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Gerente de boate confirma ter pago
despesas de investigados pela PF
Casa de prostituição bancou passagens e IPTU de ex-assessor de Paulinho
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Responsável pelas finanças
da casa de prostituição de luxo
WE, nos Jardins, em São Paulo,
fechada pela Operação Santa
Tereza da Polícia Federal, o auxiliar administrativo Celso de
Jesus Murad, 45, confirmou
que a boate pagou passagens
aéreas e outras despesas de alguns investigados pela PF por
supostos desvios do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Uma planilha feita à mão e
apreendida pela PF registra como beneficiários de passagens
e estadia num hotel no Rio de
Janeiro o prefeito de Praia
Grande (SP), Alberto Mourão
(PSDB), seu secretário de
Obras, Luiz Fernando Lopes,
seu assessor e ex-secretário Jamil Issa Filho, entre outros.
No depoimento que prestou
na última sexta-feira ao juiz federal da 2ª Vara Criminal de
São Paulo, Marcio Ferro Catapani, Murad também confirmou que a boate pagou R$
1.770,94 referentes ao IPTU
(Imposto Predial e Territorial
Urbano) de um apartamento de
João Pedro de Moura, ex-assessor do deputado federal Paulinho (PDT-SP).
Murad disse que recebia ordens do empreiteiro Manuel
Fernandes de Bastos Filho, foragido desde o dia 24 de abril.
O funcionário da boate também confirmou ter entregue, a
pedido do empreiteiro, dois
cheques, cujos valores disse
desconhecer, nas mãos de Jamil Issa Filho, ex-secretário de
Urbanismo e Meio Ambiente
da Prefeitura de Praia Grande
Tanto Murad como os sócios
da boate, os irmãos Edson Luis
Napolitano, 48, e Washington
Domingos Napolitano, 41, também ouvidos pela Justiça Federal na sexta-feira, negaram ter
conhecimento de supostos desvios no BNDES e que a boate e o
flat ao lado fossem locais de
prostituição.
Murad disse que o faturamento médio da boate era de
R$ 700 mil mensais -ele havia
dito, segundo interceptação de
conversa telefônica feita com
ordem judicial e referida em relatório da PF, que esse era o valor anual. No depoimento, ele
corrigiu o valor. Disse que os
valores anotados como "pagamentos a meninas" em documentação apreendida pela PF,
eram "comissões sobre a venda
de champanhe".
Os irmãos Napolitano disseram que também eram pagos
cachês para algumas mulheres.
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