São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Gerente de boate confirma ter pago despesas de investigados pela PF

Casa de prostituição bancou passagens e IPTU de ex-assessor de Paulinho

RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Responsável pelas finanças da casa de prostituição de luxo WE, nos Jardins, em São Paulo, fechada pela Operação Santa Tereza da Polícia Federal, o auxiliar administrativo Celso de Jesus Murad, 45, confirmou que a boate pagou passagens aéreas e outras despesas de alguns investigados pela PF por supostos desvios do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Uma planilha feita à mão e apreendida pela PF registra como beneficiários de passagens e estadia num hotel no Rio de Janeiro o prefeito de Praia Grande (SP), Alberto Mourão (PSDB), seu secretário de Obras, Luiz Fernando Lopes, seu assessor e ex-secretário Jamil Issa Filho, entre outros.
No depoimento que prestou na última sexta-feira ao juiz federal da 2ª Vara Criminal de São Paulo, Marcio Ferro Catapani, Murad também confirmou que a boate pagou R$ 1.770,94 referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de um apartamento de João Pedro de Moura, ex-assessor do deputado federal Paulinho (PDT-SP).
Murad disse que recebia ordens do empreiteiro Manuel Fernandes de Bastos Filho, foragido desde o dia 24 de abril.
O funcionário da boate também confirmou ter entregue, a pedido do empreiteiro, dois cheques, cujos valores disse desconhecer, nas mãos de Jamil Issa Filho, ex-secretário de Urbanismo e Meio Ambiente da Prefeitura de Praia Grande
Tanto Murad como os sócios da boate, os irmãos Edson Luis Napolitano, 48, e Washington Domingos Napolitano, 41, também ouvidos pela Justiça Federal na sexta-feira, negaram ter conhecimento de supostos desvios no BNDES e que a boate e o flat ao lado fossem locais de prostituição.
Murad disse que o faturamento médio da boate era de R$ 700 mil mensais -ele havia dito, segundo interceptação de conversa telefônica feita com ordem judicial e referida em relatório da PF, que esse era o valor anual. No depoimento, ele corrigiu o valor. Disse que os valores anotados como "pagamentos a meninas" em documentação apreendida pela PF, eram "comissões sobre a venda de champanhe".
Os irmãos Napolitano disseram que também eram pagos cachês para algumas mulheres.


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